Colisão com navio ancorado causa derrame de fuelóleo no estreito de Gibraltar
Embarcação que terá desrespeitado as instruções do porto de Gibraltar, colidindo com um navio ancorado, estava a transportar mais fuelóleo do que aquele que reportara às autoridades marítimas, segundo o jornal El País.
Depois de o navio graneleiro OS 35 ter colidido, nas águas de Gibraltar, com a embarcação Adam LNG, que transportava gás natural liquefeito, o primeiro começou a derramar fuelóleo, ou óleo combustível, produto resultante da destilação do petróleo. Segundo o jornal espanhol El País, o OS 35, que está registado na capitania de um porto em Tuvalu, estava a transportar mais fuelóleo do que aquele que reportara junto das autoridades marítimas.
Fontes não identificadas dizem ao El País que o comandante do graneleiro foi detido na manhã desta quinta-feira. Também foi aberta uma investigação contra o mesmo, segundo revelou o ministro-chefe de Gibraltar, Fabian Picardo.
O responsável do Governo deste território ultramarino britânico (que fica na costa Sul de Espanha) disse à imprensa espanhola que o comandante do OS 35 terá ignorado as instruções dadas pelo capitão do porto de Gibraltar. Entrou na zona do estreito sem autorização, que não lhe foi concedida porque o Adam LNG já estava ancorado, bloqueando temporariamente a passagem.
Após a colisão, que aconteceu esta terça-feira, o graneleiro foi ordenado pelo capitão do porto de Gibraltar a seguir em direcção a uma praia (a ideia era a embarcação ficar encalhada numa superfície arenosa, evitando o naufrágio). Os 30 tripulantes foram retirados com sucesso.
O El País reporta que, no momento do acidente, o OS 35, que estava a viajar rumo aos Países Baixos, transportava 215 toneladas de fuelóleo pesado, 250 toneladas de gasóleo e 27 toneladas de óleo lubrificante. Junto das autoridades marítimas, o comandante do graneleiro apenas terá declarado a presença de 183 toneladas de fuelóleo.
A confirmação de que houvera um derrame de fuelóleo foi dada pela autoridade portuária de Gibraltar esta quinta-feira. Foram detectadas fugas em dois tanques de combustível. Os trabalhos para travar essas fugas estão em curso.
As autoridades de Gibraltar estão a trabalhar para tentar limpar o combustível derramado e estimam que, em relação ao fuelóleo ainda dentro do navio, vão precisar de aproximadamente 50 horas para o remover com segurança. Rebocar o casco do navio deverá ser uma tarefa ainda mais exigente, que poderá levar mais do que algumas semanas, conforme se perspectivou inicialmente.