PCP critica “medidas avulsas” do Governo e falta de docentes nas escolas

“Alguns aspectos do funcionamento das escolas ainda não estão devidamente esclarecidos” e há outros que “nem sequer são conhecidos”, diz o dirigente comunista.

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O regresso às aulas acontece a meio de Setembro Nuno Ferreira Santos

O PCP considerou hoje que a menos de duas semanas do arranque do ano lectivo ainda há aspectos desconhecidos e que o Governo se limitou a tomar “medidas avulsas de carácter imediato”.

Numa declaração à imprensa na sede do partido, em Lisboa, o dirigente do PCP Jorge Pires disse que a duas semanas do arranque do ano lectivo 2022/2023 “alguns aspectos do funcionamento das escolas ainda não estão devidamente esclarecidos” e há outros que “nem sequer são conhecidos”.

Um desses exemplos, referiu Jorge Pires, é a colocação dos professores, numa altura em que há “cerca de 100.000 alunos” que não vão ter professor a todas as disciplinas.

O PS, que tem maioria absoluta na Assembleia da República, recorreu “a medidas avulsas de carácter imediato”, sustentou o membro da Comissão Política comunista, como, por exemplo, obrigar “milhares de professores com sérios problemas de saúde” a dar aulas ou pela contratação de docentes “licenciados sem habilitação profissional”.

“O que se pode concluir é que o Governo pretende deitar a mão à solução mais barata, em prejuízo da aposta na qualidade do processo ensino/aprendizagem, aposta que criaria as condições para que mais jovens optem pela profissão docente fazendo a formação adequada”, acrescentou.

Na ótica do partido, o investimento na educação deveria passar pela negociação com os sindicatos de melhores salários e condições laborais para os professores, e pelo combate à precariedade -- que iria permitir o rejuvenescimento da classe, que é bastante envelhecida: “O aumento do número de docentes com habilitação própria, apenas agrava o já elevado nível de precariedade de vínculos laborais na docência”.

A recuperação das aprendizagens pós-pandemia, uma promessa que muito badalada pelo Governo, referiu Jorge Pires, ficou por concretizar realmente.

O dirigente comunista advogou que em vez de investir neste designo, o executivo socialista “parece mais preocupado com o custo” que vai significar para os cofres do Estado.

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