Miguel Oliveira confirmado como piloto da Aprilia RNF
Português, de 27 anos, deixa a KTM e assume novo desafio para 2023, preparando-se para cumprir a quinta temporada no MotoGP. “Acredito que tomei um passo na direcção certa”, afirmou.
Ponto final na “novela”. Miguel Oliveira vai ser piloto da Aprilia RNF em 2023, O anúncio foi feito nesta terça-feira pela equipa malaia, que apresentou também o espanhol Raúl Fernandez como companheiro do português na próxima temporada do Mundial de MotoGP.
“Estamos extremamente entusiasmados por receber Miguel Oliveira e Raúl Fernandez na WithU RNF MotoGP Team a partir de 2023. Não foi um processo simples, mas juntamente com a Aprilia fomos muito claros sobre os pilotos que queríamos. São ambos jovens pilotos com uma boa combinação de experiência (...)”, afirmou Razlan Razali, fundador e chefe de equipa WithU RNF MotoGP Team.
Depois de um impasse nas negociações com a KTM, Miguel Oliveira decidiu rumar a outras paragens. E prepara-se para competir na equipa satélite da Aprilia, que conta no elenco da formação oficial com os espanhóis Maverick Viñales e Aleix Espargaró.
“Conseguimos garantir dois talentos extraordinários, dois pilotos que respeito muito, tanto do ponto de vista humano como pelas suas capacidades técnicas. Miguel mostrou o seu talento em todas as categorias. Embora ainda muito jovem, já acumulou muita experiência, vencendo quatro corridas de MotoGP, por vezes com prestações dominantes. Ao seu lado estará Raúl, alguém que não escondo ter procurado várias vezes. Acho que ele é uma das promessas mais claras dos últimos anos, o que ele fez na sua estreia em Moto2 diz muito sobre a sua velocidade”, acrescentou Massimo Rivola, CEO da Aprilia Racing.
Oliveira: “Sair da zona de conforto"
A presente temporada tem sido de alguma desilusão para o piloto de Almada, que prometeu dar seguimento à evolução registada na época anterior, ao vencer o GP da Indónesia (segunda corrida do Mundial), mas desde então não mais conseguiu voltar ao pódio - o melhor que conseguiu foi um quinto lugar no Algarve, no GP de Portugal.
Nas últimas semanas, os responsáveis da KTM insistiram na abordagem a Oliveira, no sentido de o convencerem a ficar (com uma proposta para a equipa satélite), mas o português decidiu-se mesmo por um novo projecto, naquela que será a sua quinta época na categoria máxima do MotoGP.
“Todas as mudanças requerem um bocadinho de esperança e de fé. Procurei garantir que me enquadrava com a KTM para o futuro, mas ao longo das negociações percebi que os caminhos se separariam. Agradeço também o esforço que fizeram para me manter até ao último minuto”, explicou Miguel Oliveira, em conferência de imprensa.
Em causa está um contrato de dois anos, sendo que, segundo o piloto, “a transição para a equipa de fábrica da Aprilia daqui a dois anos está em mente se ambas as partes estiverem interessadas”. “Acredito que tomei um passo na direcção certa ao sair da zona de conforto. Ate pelas condições que foram sendo melhoradas na negociação, era muito tentador ficar na KTM”.
O português admitiu ainda terem existido negociações com a Ducati para rumar à Gresini, mas adiantou que o timing não foi o ideal. De resto, fez ainda uma reflexão sobre as equipas oficiais e satélites. “Nunca tomei o lugar tomado pelo Miller na KTM oficial como uma despromoção para mim. Hoje em dia há sobrevalorização dos lugares de fábrica, que são apetecíveis a nível de imagem, mas a nível técnico não trazem grande diferença”.