A dificuldade de ser inclusivo quando a arte está por toda a periferia
Num momento de nervos, de lutas sociais, culturais, políticas, assiste-se a um multiplicar de representações desse Brasil que se apresenta como plural. A arte mostra vários Brasis. Afros, indígenas, trans, e está efervescente, como nos ajuda a entender João Fernandes, o director do Instituto Moreira Salles.
“Eu vim”, anunciou Arthur Bispo do Rosário numa noite de Natal em que andou pelas ruas do Rio de Janeiro até chegar à Igreja de São José, no centro da cidade, e entrar. “Eu vim”, continuou a dizer mesmo depois do “delírio místico” que o levou a ser internado num manicómio antes dos 30 anos porque o que ele dizia parecia não ter sentido. Anunciava que era um enviado de Deus e que tinha chegado para salvar o mundo. Ele era um escolhido para organizar o caos.
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