A serra da Estrela levou “um soco”, mas não desiste. “Venham que estão em segurança”
Depois do longo e violento incêndio que varreu a serra da Estrela, queimando mais de 24 mil hectares do parque natural, a preocupação é fazer as pessoas perceberem que a beleza do local continua, em muitas aspectos, intocada. E convencê-las a regressar, sem receio.
Assim que é destapada a entrada do edifício onde estão abrigadas do calor, as cabras e ovelhas de João e Rui Salgueiro, pai e filho da aldeia de Sameiro, em Manteigas, amontoam-se junto à entrada. Estão neste espaço temporariamente, porque os pastos para onde os pastores as levavam, arderam. Agora vêm alimentar-se em terrenos municipais e de um vizinho, junto ao rio. Espreitam, curiosas, entre as grades, e antes da despedida, uma delas tosse. Uma e outra vez. Desde o incêndio que varreu as encostas em redor, consumindo cerca de 25% do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE), que oito animais do rebanho já morreram, com a respiração afectada pelo fumo. A perda, cuja memória embarga a voz de João Salgueiro, pode não ficar por aí.
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