Taiwan propõe aumento recorde de gastos com Defesa entre tensões com a China

O governo da Presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, pretende investir na defesa 20 mil milhões de euros - o equivalente a 15% dos gastos totais do Estado.

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Tsai Ing-wen, investe na Defesa mesmo conhecendo a inferioridade do seu país perante a China EPA/RITCHIE B. TONGO

As autoridades taiwanesas propuseram, esta quinta-feira, um aumento de 14% dos seus gastos com a Defesa no orçamento fiscal para 2023 em resposta às crescentes tensões com Pequim. A China tem realizado exercícios militares sem precedentes em torno da ilha.

Este aumento, que inclui financiamento para novas aeronaves de combate avançadas e programas para aumentar a capacidade de combate aéreo e marítimo, elevaria o orçamento total da Defesa a um novo recorde de 20 mil milhões de euros - cerca de 15% dos gastos totais do Estado.

A iniciativa, decidida face às manobras militares chinesas, e aprovada pelo governo da Presidente, Tsai Ing-wen, irá agora para aprovação parlamentar. A sessão já está marcada para o próximo mês.

Tsai Ing-wen afirmou que a determinação da ilha autogovernada em defender a sua soberania não mudará devido a “pressões ou ameaças”. “Ao mesmo tempo, como membro responsável da comunidade internacional, Taiwan não provocará incidentes nem escalará conflitos”, concluiu.

Taiwan anunciou no ano passado planos para gastar cerca de oito mil milhões de euros adicionais até 2026, além do orçamento anual de Defesa, a fim de aumentar as capacidades navais da ilha. A líder do Partido Democrático Progressista prometeu modernizar as forças armadas da ilha, que são ofuscadas pelo exército chinês em rápida expansão.

Pequim anunciou, em Março, planos para gastar também um recorde de cerca de 210 mil milhões de euros em Defesa, um número que alguns analistas acreditam mesmo assim subestimar a escala dos seus gastos com as Forças Armadas.

A China tem vindo a realizar exercícios militares no estreito de Taiwan ao longo do mês de Agosto, após uma série de visitas de dirigentes políticos dos Estados Unidos a Taipé, incluindo a presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi.

Pequim acusou, consequentemente, Washington de querer enterrar décadas de política diplomática em relação à ilha, que o Partido Comunista Chinês considera uma província que deve ser “reunificada” com o continente pela força, se necessário.

A Administração de Joe Biden continua a afirmar que não apoia a independência de Taiwan, mas que se opõe a qualquer tentativa de mudar o seu estatuto com o uso da força.

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