Os adversários do Sporting ao raio x
Eintracht Frankfurt, Tottenham e Marselha serão os oponentes dos “leões” no grupo D.
Primeiro, sorrir com vontade. Depois, reforçar o entusiasmo. Por fim, torcer o nariz. Foi assim a oscilação emocional do Sporting no sorteio da Liga dos Campeões, à medida que saíram as bolas do Eintracht Frankfurt, do Tottenham e do Marselha.
Aquele que parecia tornar-se um grupo interessante para uma equipa do pote 3 (que podia, portanto, apanhar dois “tubarões”) acabou por ter um plot twist no pote 4, com o Marselha. E um grupo interessante passou a ser perigoso e capaz de promover todos os desfechos: seguir na Champions, ir para a Liga Europa ou ir para casa.
Eintracht, o “brinde”
No caso do Eintracht não há como fugir: era, de forma clara, o “brinde” do pote 1. O surpreendente campeão da Liga Europa usou esse estatuto para ser colocado entre os campeões nacionais dos principais campeonatos e está longe de ter os predicados de grande parte dos companheiros de pote.
A equipa germânica perdeu Filip Kostic, de longe o melhor jogador da equipa – vai para a Juventus tentar estragar a vida ao Benfica –, e não arranjou um substituto à altura.
Na Supertaça europeia frente ao Real Madrid viu-se uma equipa que não apostou numa defesa baixa, tendo até sido bastante audaz na primeira parte, além da capacidade interessante de chegar com perigo à área espanhola. E acabou por ser o valor individual a resolver o jogo, até porque os alemães, não defendendo mal, mostraram-se bastante incapazes com bola quando o cenário não era jogar em contra-ataque.
Mario Götze chegou para ajudar, mas continua a ser uma equipa pouco apetrechada – porventura até a mais frágil do grupo.
Nunca apostar contra Conte
Há quem diga apostar contra Carlo Ancelotti e Antonio Conte nunca é boa ideia. Se a premissa for verdade, então o Sporting está em trabalhos. O técnico italiano costuma conseguir resultados onde quer que vá, ainda que o registo europeu não seja dos mais excitantes.
Com o Tottenham, o Sporting vive algo semelhante ao que o Benfica sentirá com a Juventus: não parece estar fulgurante, mas continua a ser o Tottenham. A equipa inglesa tem Harry Kane e Son, cartão-de-visita mais do que suficiente. Mas houve, depois, um investimento interessante.
Richarlison e Perisic dão mais variedade de soluções ofensivas (ainda que o croata possa ser lateral/ala num sistema de três centrais), enquanto Bissouma e Bentancur também levam valências diferentes ao meio-campo.
Conte tem matéria-prima para trabalhar e isso não é uma boa notícia para os sportinguistas, que poderão ver de novo Eric Dier em Alvalade.
Marselha, a “fava”
Do pote 4 saiu, em tese, a equipa mais capaz das que lá estavam. O Olympique de Marselha pode não ser o “papão” de outras décadas, mas é uma equipa com valor individual mais do que suficiente para criar problemas ao Sporting.
Em Marselha está Alexis Sanchez. Também lá aterraram Mbemba, Veretout, Nuno Tavares e Bailly. E ainda por lá andam Payet, Rongier, Gerson e Ünder. No fundo, há valor individual para todos os gostos, com uma abordagem ao mercado teoricamente bem conseguida.
O estilo de futebol de Igor Tudor no Verona pode não ter sido dos mais entusiasmantes, mas o técnico tem, em Marselha, matéria-prima de valor bem diferente.
Duas vitórias e um empate em três jogos na Liga francesa permitem prever um Marselha sólido e capaz de incomodar.