Assembleias de voto já fecharam em Angola. CNE diz que votação foi “sucesso retumbante”

As assembleias de voto para as eleições gerais em Angola fecharam às 18h30 locais, duas horas depois do que estava previsto. As quintas eleições gerais em Angola perpetuam a disputa entre os dois principais partidos do país, o MPLA (Governo) e a UNITA (oposição).

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As urnas apenas encerraram às 18h30 EPA/AMPE ROGERIO

Todas as assembleias de voto para as eleições gerais de Angola estavam encerradas pelas 18h30 desta quarta-feira, após mais de dez horas à disposição dos cerca de 14,4 milhões de eleitores, anunciou o porta-voz da Comissão Eleitoral Nacional (CNE). As quintas eleições gerais em Angola perpetuam a disputa entre os dois principais partidos do país, o MPLA (Governo) e a UNITA (oposição).

O porta-voz da Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Angola, Lucas Quilunda, descreve o processo de eleição como um sucesso retumbante”. Numa conferência de imprensa com jornalistas no Centro de Imprensa Aníbal de Melo, Quilunda nota que os “eleitores angolanos deram prova de civismo e mostraram espírito bastante pacífico.”

O porta-voz da CNE acrescentou que o Centro de Escrutínio Nacional “já começou a receber as primeiras atas de votação, provenientes da África do Sul, República do Congo e Zâmbia”.

Do total de 14,4 milhões de eleitores, que estavam registados e puderam votar a partir das 7h e até às 16h00 (horas locais, a mesma hora em Lisboa), 22.560 são da diáspora, distribuídos por 25 cidades de 12 países de África, Europa e América.

O fecho das urnas era às 16h, mas as autoridades afirmaram que os cidadãos que estivessem a aguardar a sua vez para votar poderiam fazê-lo, mesmo após a hora oficial.

Oposição fala em falta transparência

O destaque dado à importância da votação foi a única coincidência nas declarações feitas pelos líderes das formações concorrentes às eleições.

Adalberto Costa Júnior, líder da UNITA e principal adversário político de João Lourenço, presidente do MPLA e candidato ao segundo mandato na chefia do Estado, voltou a criticar a organização do processo eleitoral.

A oposição tem criticado a transparência do processo eleitoral, acusando o partido governamental, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), de o instrumentalizar e colocar em causa a transparência.

Observadores portugueses destacam “normalidade"

Observadores portugueses que estão a acompanhar as eleições consideram que o processo eleitoral correu sem incidentes e com “total normalidade”. “Creio que estas eleições correspondem a um passo em frente do ponto de vista da democratização”, disse o presidente do Partido Socialista (PS), Carlos César, observador convidado pelo Presidente da República de Angola e pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE).

Para o político socialista, a eleição está a correr “de forma razoavelmente próxima das visões mais optimistas que poderiam existir para o seu desfecho”, e o facto de haver uma dúvida quanto ao vencedor “é sinal de que há um mínimo de densidade democrática no acto eleitoral”.

O observador concluiu que o acto eleitoral “correu com alguma desenvoltura”, recordando que pela primeira vez houve votação na diáspora e que o número de observadores internacionais foi “francamente aumentado e diversificado”.

Segurança reforçada até 1 de Setembro

Segundo a polícia angolana, estão mobilizados 35.930 elementos para assegurar a segurança das assembleias de voto.

A polícia angolana mobilizou desde segunda-feira todo o efectivo, devido às eleições, até quinta-feira, e 75% dos meios entre “26 de Agosto e 06 de Setembro”.

De acordo com uma directiva do Ministério do Interior angolano, as “medidas de prevenção” e segurança vão vigorar até 1 de Setembro, em que está prevista a “tomada de posse dos membros eleitos”.