Lugansk, Kharkiv, Bucha, Irpin, Mariupol, Severodonetsk, Kherson, Donetsk, Zaporijjia. Estas são apenas as localidades mais conhecidas entre os milhares de pontos do mapa da Ucrânia que, nos últimos seis meses, foram alvo das bombas e dos tanques russos, e que engrossaram uma lista de capítulos de um livro sombrio sem epílogo à vista.
Desde a fracassada “guerra-relâmpago” para tomar Kiev, passando pelo horror do que ficou a descoberto nos seus arredores, pelo interminável cerco à siderurgia de uma cidade que já nem existia, pela batalha pelo acesso ao mar, pela reorientação da estratégia do conflito para o Donbass ou pela “roleta-russa” em redor de centrais nucleares, muito aconteceu desde o dia 24 de Fevereiro, quando o Exército da Federação Russa iniciou a invasão da Ucrânia.
E se a movimentação de peças, de parte a parte, parece dar conta de que a tendência do conflito é para a sua cristalização no Leste e no Sul da Ucrânia, os ataques esporádicos ucranianos dos últimos dias na Crimeia anexada podem dar a sensação de que está aí à vista um novo capítulo.
Enquanto os ucranianos resistem e os russos insistem, transformando uma guerra que era suposto durar dias ou semanas num conflito de (mais de) seis meses, os olhos deles e dos europeus já estão a ver mais à frente: o Inverno está aí à porta.