Oito silos de armazenamento de cereais da secção Norte da estrutura que sobrou da enorme explosão de Agosto de 2020 na capital libanesa colapsaram esta terça-feira.

Imagens e vídeos publicados nas últimas horas pelos media locais e internacionais e através das redes sociais mostram uma enorme coluna de fumo naquele que é mais um incidente demonstrativo da enorme insegurança que ainda se vive naquela zona de Beirute.

Citada pela Reuters, a televisão libanesa LBCI não dá conta de feridos, mas noticia que o colapso dos silos está a fazer a população local reviver o trauma de há dois anos, quando a explosão originada pelo armazenamento deficiente de centenas de toneladas de nitrato de amónio provocou 220 mortos, fez mais de 6000 mil feridos e destruiu o porto e vários bairros de Beirute.

O colapso dos silos de cereais desta terça-feira terá tido origem num incêndio na secção Norte da estrutura que estava activo há várias semanas e que, segundo as autoridades, tinha sido deflagrado devido ao efeito das temperaturas altas nos cereais, em fase de fermentação, ali deixados a apodrecer há dois anos.

Esta é o terceiro colapso de uma parte daquela estrutura no espaço de apenas três semanas.

Citado pela Al Jazeera, Emmanuel Durand – um engenheiro civil francês que instalou sensores nos restantes silos – informa, porém, que o bloco Sul está mais estável e que não está em risco iminente de colapso.

Para além do trauma que causou na cidade e nos sobreviventes, a explosão de 2020 Beirute intensificou ainda mais uma crise económica, política e social de larga escala que já se vivia no Líbano, com cerca de 80% da população a viver abaixo do limiar de pobreza.