Marinha detecta actividade suspeita de trasfega de crude em Portugal

Na última semana, a Marinha Portuguesa detectou dois casos de actividades suspeitas de trasfega de crude, um em Portimão e outro na Madeira. Navios saíram da Zona Económica Exclusiva nacional depois de informados que Portugal não autoriza a realização de actividades de reabastecimento.

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Navio com bandeira da República Síria estava a navegar a 155 quilómetros da costa portuguesa Marinha Portuguesa

A Marinha Portuguesa detectou, nos últimos dias, actividades suspeitas de trasfega de crude em Portugal, o segundo caso deste tipo em menos de uma semana. Trata-se de um navio petroleiro “que se encontrava a pairar dentro das águas sob jurisdição nacional” e que se preparava para a prática de abastecimento e trasfega de crude.

“O navio da Marinha NRP Cassiopeia dirigiu-se para o local, a mais de 155 quilómetros a sul de Portimão, para efectuar a intersecção com o navio-tanque com pavilhão da República da Síria, às primeiras horas de sábado, 20 de Agosto. O navio-tanque encontrava-se sem seguimento, perto do limite sul da Zona Económica Exclusiva (ZEE), apresentando comportamento que indiciava preparativos para a prática de abastecimento e trasfega de crude”, explica a Marinha em comunicado.

A embarcação da Marinha aproximou-se e estabeleceu contacto com o navio-tanque com bandeira síria, que alegou encontrar-se com “avaria nas máquinas principais”. Os responsáveis pelo navio afirmaram que precisariam de algumas horas para a reparação do petroleiro, uma vez que estavam a aguardar instruções da companhia sobre o porto de destino.

“O navio foi alertado que Portugal, ao abrigo da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, não autoriza a realização actividades de reabastecimento dentro da Zona Económica Exclusiva Nacional, por acarretarem um risco potencial para a ocorrência de poluição no mar”, explica ainda em comunicado a Marinha, acrescendo que, após algumas horas, o navio iniciou a navegação e já se encontra fora da ZEE de Portugal Continental.

Esta é a segunda ocorrência deste tipo detectada em menos de uma semana em águas nacionais. Na passada segunda-feira, a Marinha também interceptou uma operação de trasfega de crude ao largo da costa da Madeira que envolvia dois navios-tanques, o Cristal Rose e o Natalina 7, ambos com bandeira do Panamá.

Neste caso, um dos navios assumiu que se encontrava a aguardar instruções para realizar a actividade de trasfega de crude, mas acabou por sair das águas portuguesas depois de informado que Portugal não autoriza a realização de actividades de reabastecimento na Zona Económica Exclusiva nacional.

A Marinha diz, no comunicado, que detectou este tipo de actividades na monitorização diária que efectua ao espaço marítimo de interesse nacional e que continua vigilante relativamente a actividade de trasfega de crude em Portugal.

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