Sobreviver a Xinjiang para gritar bem alto: “Sempre que a China me ataca, sinto-me poderosa”
Gulbahar Haitiwaji conta ao PÚBLICO como os três anos que passou em campos de detenção de uigures mudaram a sua vida e a motivaram a dar voz à “dor” a toda uma comunidade perseguida. Jornalista francesa que a ajudou a escrever Sobrevivi ao Gulag Chinês enaltece resistência: “Tentou manter-se sempre humana.”
“É proibido falar uigure. É proibido rezar. É proibido discutir. É proibido fazer greve de fome. Se uma pessoa precisar de tratamento médico, não o pode recusar. É proibido não respeitar as ordens que são dadas. É proibido desenhar nas paredes. É proibido não respeitar as ordens de higiene.” As regras de funcionamento do centro de detenção localizado algures na região de Karamay, na província de Xinjiang, no Noroeste da República Popular da China, estão redigidas num cartaz rectangular afixado na parede “cinzenta e fria” da cela 202, em frente às camas.
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