Mais de 90% dos incêndios foram dominados na primeira fase das chamas
De acordo com os dados fornecidos ao PÚBLICO pelo Ministério da Administração Interna, 90,57% dos incêndios foram dominados durante os primeiros 90 minutos de chamas.
Desde o início do ano e até 18 de Agosto foram registados 9479 fogos em Portugal. Destes 90,57% foram dominados na fase de ataque inicial, ou seja, nos primeiros 90 minutos do incêndio. Os números foram fornecidos ao PÚBLICO pelo gabinete de José Luís Carneiro, ministro da Administração Interna. De acordo com o Governo, 8585 foram dominados na fase inicial das chamas, enquanto 894 foram dominados na fase de ataque ampliado. Em Agosto, esta taxa aumentou ligeiramente. Dos 1327 incêndios registados entre 1 e 18 de Agosto, 91,18% foram dominados nos primeiros 90 minutos.
A resposta do ataque inicial determina, quase sempre, as características que os incêndios acabam por assumir, pelo que o tempo necessário para essa resposta deve ser o mais rápido possível de forma a reduzir as consequências a área ardida.
Na passada semana, quando questionado pelos jornalistas sobre a eficácia de resposta dos meios e sobre eventuais pedidos de ajuda à União Europeia, o primeiro-ministro garantiu que “o sistema tem respondido na generalidade dos casos” (uma mensagem que seria repetida pelo Presidente da República esta semana).
Porém, embora a taxa de resposta na fase inicial se mantenha elevada, os “factores críticos” dos próximos dias, como o “novo foco de calor que se vai fazer sentir nos próximos dias, a partir de domingo” e que chega a temperaturas acima dos 40.º graus, “ventos que poderão variar entre 50 e 60 km/hora” e a “manutenção de seca severa a extrema em grande parte do território” levaram o ministro da Administração Interna a anunciar o “reforço do patrulhamento dissuasor por parte de 25 patrulhas das Forças Armadas”, a fim de se reforçarem os meios no terreno e, em todo o país, da Guarda Nacional Republicana e “as condições de trabalho” da Polícia Judiciária, informou José Luís Carneiro na conferência de imprensa de sexta-feira.
Desde 1 de Janeiro e até 14 de Agosto, os incêndios em Portugal já tinham devastado 75.277 hectares, de acordo com dados actualizados no domingo pelo Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS), que mantém estatísticas comparáveis desde 2006, graças a imagens de satélite do programa Europeu Copernicus.