Governo do Montenegro derrubado por moção de censura devido a relações com Igreja Ortodoxa Sérvia
Moção de censura foi motivada por acordo que regulava relações entre o Estado e a Igreja sérvia no país. Não ficou claro se a queda do governo levará a eleições parlamentares antecipadas ou se os partidos vão tentar formar uma nova coligação governamental.
O Governo do Montenegro foi derrubado este sábado por uma moção de censura, motivada por divergências quanto às relações com a Igreja Ortodoxa Sérvia, noticiaram agências internacionais.
A moção de censura obteve 50 votos a favor e um contra, pondo fim ao governo do primeiro-ministro pró-europeu, Dritan Abazovic, poucas semanas depois de este ter assinado um acordo que regulava as relações entre o Estado e a Igreja sérvia no Montenegro.
A votação seguiu-se a um debate de quase 12 horas e votaram 51 deputados presentes, dos 81 que compõem o parlamento.
A questão é sensível na pequena nação dos Balcãs, de 620 mil habitantes, que se separou da vizinha Sérvia em 2006. A Igreja Ortodoxa Sérvia goza de grande apoio no Montenegro, mas a nação está dividida quanto ao papel dominante da Igreja e aos laços do país com a Sérvia.
Críticos do acordo argumentaram que não havia necessidade de um acordo especial com a Igreja sérvia separada de outras comunidades religiosas.
Grupos pró-ocidentais no Montenegro também descreveram o acordo como um instrumento para a Sérvia e a Rússia aumentarem a sua influência no Montenegro, no meio da guerra na Ucrânia.
Abazovic defendeu o acordo como a forma de ultrapassar a longa disputa eclesiástica sobre a propriedade e outros direitos no Montenegro, e concentrar-se em outras questões importantes.
Não ficou imediatamente claro se a queda do governo levará a eleições parlamentares antecipadas ou se os partidos vão tentar formar uma nova coligação governamental.
As disputas políticas no Montenegro bloquearam o progresso no sentido da integração na União Europeia, em relação à qual tem o estatuto de país candidato.