Aung San Suu Kyi condenada a mais seis anos de prisão
Líder birmanesa, que já está a cumprir 11 anos de cadeia, foi considerada culpada de fraude. Milhares de pessoas pediram a sua libertação na rua.
Aung San Suu Kyi foi esta segunda-feira condenada a mais seis anos de prisão, considerada culpada de quatro crimes de corrupção relativas às actividades de uma organização não-governamental. Com esta nova condenação, a ex-líder birmanesa, de 77 anos, terá de cumprir 17 anos de prisão e ainda tem acusações pendentes que lhe podem valer mais uns anos de cadeia.
Os Estados Unidos já reagiram a esta nova sentença, denunciando “a prisão injusta e a condenação” da Nobel da paz, afastada do poder pelo golpe militar de 2021, tendo apelado à “libertação imediata de Aung San Suu Kyi e de todos os que foram injustamente detidos, nomeadamente os representantes democraticamente eleitos”.
Os militares têm levado a cabo uma repressão dos líderes políticos, activistas e todos aqueles que se manifestam contra o golpe que derrubou a democracia em Fevereiro de 2021.
Nesta nova condenação de Suu Kyi, o tribunal aceitou a acusação do Estado de que a líder birmanesa provocou perdas para o Estado de 24,2 mil milhões de kyats (11,3 milhões de euros) por ceder terrenos públicos a preços baixos à Fundação Daw Khin Kyi, que tem o nome da mãe de Suu Kyi.
A política birmanesa compareceu em tribunal aparentando boa saúde – apesar de ter sido colocada em isolamento na prisão de Naypyidaw em finais de Junho – e não fez declarações após a leitura da sentença, de acordo com fonte próxima do processo, citada pela AFP.
Suu Kyi está ainda acusada de violação da lei dos segredos de Estado, que data da época colonial, fraude eleitoral (por causa do resultado das eleições de 8 de Novembro de 2020, cuja vitória esmagadora do partido da Nobel da paz, a Liga Nacional para a Democracia, foi usada pelos militares para justificar o golpe), sedição e corrupção.
Acusações que se forem aceites pelo tribunal acrescentarão umas dezenas de anos de prisão a Suu Kyi, o que poderá ditar que nunca mais saia viva da cadeia.
Milhares de pessoas voltaram à rua a pedir a libertação da líder birmanesa que é venerada por grande parte da população.