Zona pobre, espaços verdes menos cuidados: há “injustiça climática” no Porto

Estudo concluiu que é nas zonas com maior privação socioeconómica que os espaços verdes têm menos qualidade - e os utilizadores sentem isso. A saúde ambiental das cidades tem “descurado” fenómenos sociais, lamenta investigador. Como se muda esta história?

Foto
Jardim da Rotunda da Boavista foi um dos estudados pelo investigador Diogo Guedes Vidal Paulo Pimenta

Os espaços verdes do Porto ajudam na sociabilização e sensação de bem-estar dos cidadãos. Mas essa realidade não se sente da mesma forma em toda a cidade: “Há um descompasso. Os benefícios são distribuídos de forma injusta.” As palavras são de Diogo Guedes Vidal, sociólogo com um doutoramento em Ecologia e Saúde Ambiental, que concluiu recentemente um estudo sobre a importância dos jardins e parques urbanos na resposta aos desafios socioambientais contemporâneos. Apesar de centrar o estudo no Porto, o investigador quer influenciar políticas um pouco por todo o país - e deixa recomendações para isso. Sobre o objecto de estudo, a conclusão aponta para a existência de “injustiça climática”: as zonas do Porto com maior privação socioeconómica coincidem com as geografias onde os espaços verdes têm menos qualidade.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.