António Carvalho repete triunfo na Sr.ª da Graça em manifestação de força da Glassdrive

Camisola amarela foi segundo, com companheiro de equipa Mauricio Moreira (e principal candidato à vitória final) imediatamente a seguir.

Foto
Glassdrive dominadora na Volta a Portugal LUSA/PEDRO SARMENTO COSTA

António Carvalho conquistou, este domingo, um inquestionável triunfo na Senhora da Graça, repetindo a vitória de 2019, embora o primeiro lugar pudesse ter sorrido tanto ao líder da Volta a Portugal, Frederico Figueiredo, como a Mauricio Moreira. Um trio da Glassdrive que se deu ao luxo de conquistar os três lugares do pódio e decidir um final sem disputa individual, ganhando tempo para toda a concorrência.

Dominada pela chegada ao alto do Monte Farinha, na Sr.ª da Graça, após 174,5 quilómetros, a nona e penúltima etapa, a anteceder o contra-relógio individual (18,6 km) Porto-Vila Nova de Gaia, esteve muito longe de ser um desfile até Mondim de Basto, altura em que os corações explodem.

Depois de um aperitivo (contagem de quarta categoria) em Paredes e de duas metas volantes igualmente em Paredes e Amarante, o pelotão - já reduzido a 105 corredores à partida - avançou a uma média ligeiramente inferior a 40 km/h para os primeiros grandes obstáculos: a subida ao Marão e ao Barreiro (ambas de 1.ª categoria), intercaladas pelo Velão (4.ª categoria).

Nessa altura já um grupo de 13 ciclistas se destacava, depois de uma primeira tentativa de fuga de cinco homens (no primeiro quilómetro) ter sido anulada.

O vencedor da etapa anterior, em Fafe, Victor Langellotti (Burgos-BH) e o companheiro Óscar Pelegrí, integraram um grupo onde pontificavam Luís Gomes (Kelly UDO) - o mais bem classificado deste mini-pelotão, a 8m19s do líder -, a dupla da (Efapel) Gaspar Gonçalves e Joaquim Silva (a tentar atacar a camisola azul), ​​Robin Carpenter e Kyle Murphy (Human Powered Health), ​Unai Iribar (Euskaltel-Euskadi), Fábio Costa (Glassdrive), Bruno Silva (Mortágua), César Martingil (Boavista), Alvaro Trueba (Tavira) e Venceslau Fernandes (Feirense).

Glassdrive e Boavista assumiam, então, a gestão da fuga, com o pelotão a rodar a cerca de dois minutos dos homens da frente, diferença que caiu drasticamente na aproximação ao alto do Barreiro, depois de alguns dos ciclistas estrategicamente colocados na fuga terem abdicado, acabando mesmo por dissipar-se, terminando a aventura bem antes da última descida.

Para tanto contribuiu o ataque do Tavira de Alejandro Marque (despede-se, aos 40 anos, do ciclismo no final da Volta a Portugal, que venceu em 2013) e a dureza da subida, a causar mossa. Fábio Costa (Glassdrive) ainda aumentou o ritmo, acelerando a implosão do grupo da frente, com Joaquim Silva a experimentar problemas (queda) que boicotaram a missão do virtual líder do prémio da montanha, que no Barreiro viu o camisola amarela Frederico Figueiredo ser primeiro para acumular a liderança dos trepadores.

Na preparação do assalto à Sr.ª da Graça, a Glassdrive fez uma impressionante manifestação de força, adiantando Figueiredo, Maurício Moreno, António Carvalho e Fábio Costa, quarteto que deixou toda a gente para trás excepto Alejandro Marque e o terceiro da geral, Luís Fernandes (Boavista).

Marque (sexto da geral a 3m33s) perderia, fruto de um problema mecânico, o contacto com os primeiros, recuperando pouco depois, ainda com forças para atacar e pensar em subir na classificação. Terceiro classificado em 2015 e no ano passado, Marque ascendia a quinto, por troca com André Cardoso (Feirense), mas era alcançado pelos homens da Glassdrive a 19 quilómetros da meta, acabando por terminar em quarto na etapa.

Depois de Fábio Costa ter sido completamente espremido, António Carvalho, vencedor da subida ao Monte Farinha da edição de 2019, atacou a oito quilómetros da meta, ganhando rapidamente meio minuto.

O camisola amarela, seguido por Maurício Moreira, atacou um quilómetro depois, deixando Marque e Luís Fernandes fora de combate, enquanto Carvalho fazia um compasso de espera para enfrentar a montanha com os companheiros de equipa ao ritmo do uruguaio, que ia sofrendo mais do que os colegas.

Sugerir correcção
Comentar