Celso Athayde: “Se fossem um Estado brasileiro, as favelas seriam o quarto maior estado do país”

O asfalto é o lugar do privilégio, a favela o da exclusão. O objectivo de Celso Athayde é preparar os moradores de favela para uma disputa com o asfalto pelos mesmos lugares na sociedade brasileira. Ele é uma referência, um homem que viveu na rua e criou uma rede que movimenta cinco mil favelas. Saiu da favela, ascendeu socialmente, mas continua a guiar-se pelos mesmos valores.

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Celso Athayde em foto partilhada nas suas redes sociais DR

Chama-se Celso porque era um nome de um homem que a mãe achava bonito e Athayde é nome do pai, de quem não tem memória. Um dia foi a um médico e ele tinha escrito na porta, Dr. Athayde. Celso disse à mãe: “Um dia vão-me chamar doutor”. A mãe “deu uma risada”. Na altura moravam na rua, debaixo de um viaduto. Foi assim para Celso Athayde entre os seis e os 12 anos. Hoje, aos 59 anos, é um dos empresários mais conhecidos do Brasil, fundador da CUFA, Central Única das Favelas, organização não-governamental nascida na Cidade de Deus, Rio de Janeiro, que cria uma rede de apoio social, educativo, cultural em cinco mil favelas e que está em muitos países do mundo, incluindo Portugal.

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