Mónica de Miranda encontrou lugar vivo no passado
Na Galeria Avenida da Índia, em Lisboa, a artista apresenta um conjunto de obras inéditas numa das suas mais ambiciosas exposições: Mirages and Deep Time. Para pensar e transformar a memória da presença africana em Portugal, com uma sensibilidade ecológica e feminista. E imaginar outros lugares e futuros.
Na exposição Mirages and Deep Time de Mónica de Miranda (Porto, 1976), patente na Galeria Avenida da Índia, em Lisboa, há uma obra que se chama A Ilha. É um vídeo onde observamos várias personagens que conversam, caminham e olham. A paisagem é familiar, mas a narrativa não a nomeia. O rio, de margens lamacentas, o matagal que desperta sob o sol, as árvores que ladeiam um carreiro pertencem a lugar sem tempo. O de uma ficção que, criada pela artista, tem o seu princípio numa história esquecida: a das pessoas de origem africana que, no século XVIII, se fixaram na margem esquerda do rio Sado. Não se revele tudo de uma vez. Diga-se apenas, para já, que a história e a ficção, a memória e o presente, a natureza e a cultura são elementos presentes nesta exposição. Expandem-se, portanto, aos restantes trabalhos, todos inéditos: várias fotografias, desenhos, uma instalação e esculturas; mencione-se que, destas, quatro serão activadas, no dia 19 de Setembro, por uma performance da encenadora a actriz Zia Soares.
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