Juntas de freguesia de Alcântara e das Avenidas Novas criticam fecho dos balcões da CGD

Agências de Santo Amaro e do Bairro de Santos ao Rego vão encerrar a 26 de Agosto. Juntas estão preocupadas com a população idosa. CGD justifica encerramento com a “alteração dos hábitos dos seus clientes, cada vez mais utilizadores dos canais remotos, como as ATM’s, Caixadirecta, entre outros”.

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Juntas dizem que agências servem população idosa que terá agora de percorrer maiores distâncias pelo serviço bancário Margarida Basto/Arquivo

As agências da Caixa Geral de Depósitos (CGD) da Rua Luís de Camões, em Alcântara, e da Rua Cardeal Mercier, no bairro de Santos ao Rego, nas Avenida Novas, vão encerrar ao público no próximo dia 26 de Agosto, o que motivou o protesto dos dois autarcas destas freguesias lisboetas.

No caso de Alcântara, a alternativa apresentada pelo banco público à agência de Santo Amaro é a da Rua Prior do Crato, que se localiza já na freguesia da Estrela, a cerca de um quilómetro de distância. Uma solução que não serve ao presidente da junta de Alcântara, Davide Amado (PS), que acredita que a população da freguesia “sairá penalizada de forma muito evidente com este encerramento”. Sobretudo depois de, em 2018, a agência da CGD da Ajuda ter fechado portas, tendo os seus clientes sido direccionados precisamente para Alcântara. Além disso, nota, os próximos anos deverão trazer algumas mudanças e constrangimentos para a Rua Prior do Crato, devido ao projecto de extensão do metro até Alcântara.

“Consideramos que a Caixa, como banco público que é, deve ter uma componente social e de serviço público que inclua a abrangência territorial que assegure a sua presença junto de quem mais precisa”, nota Davide Amado.

Por essa razão escreveu uma carta, endereçada ao presidente executivo da CGD, Paulo Macedo, na qual lembra que na freguesia residem “mais de cinco mil cidadãos com idade acima dos 65 anos”. “São milhares de pensionistas e reformados que utilizam a agência da CGD de Alcântara diariamente para receber e gerir as suas pensões e reformas. Que confiam na CGD para gerir as suas poupanças e investimentos”, refere na missiva, na qual pede a reversão da decisão.

Nas Avenidas Novas, as preocupações são semelhantes. “O fecho é irreversível. Não pudemos fazer mais nada”, diz o presidente da junta, Daniel Gonçalves (Novos Tempos). Que se preocupa com a “população envelhecida” que vive no Bairro de Santos ao Rego e que ficará sem o balcão já a partir de 26 de Agosto.

Os clientes passarão agora a ter como alternativas as agências da Avenida Columbano Bordalo Pinheiro e da Avenida Conde Valbom, que se localizam a pouco mais de um quilómetro da que fechará portas.

No entanto, os dois terminais de multibanco que se encontram no exterior da agência vão permanecer em funcionamento, pelo menos, até ao fim do ano, adiantou o autarca, depois de uma reunião com representantes da CGD na tarde desta quinta-feira.

De acordo com os autarcas, vão encerrar mais balcões da CGD na capital. Ao PÚBLICO, fonte oficial da Caixa Geral de Depósitos nada adianta, dizendo apenas que “a gestão da localização rede de balcões nas grandes cidades é contínua e permanente, adaptada às alterações dos hábitos dos clientes” e que “sempre que são feitos ajustamentos os clientes têm sido sempre informados”.

E justifica ainda o encerramento das agências, afirmando que “ao longo dos últimos anos, a CGD tem reposicionado os seus balcões, sobretudo nas áreas metropolitanas, de modo a corresponder à alteração dos hábitos dos seus clientes, cada vez mais utilizadores dos canais remotos, como as ATM's, Caixadirecta, entre outros”.

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