Duas ou três notas sobre um declínio: os museus nacionais
Quando olhamos para as enormes melhorias que a democracia portuguesa conseguiu no sector cultural, em áreas como as bibliotecas e arquivos, a música, os teatros, ou nos equipamentos e na oferta cultural associativa ou autárquica, é difícil não ver nos museus nacionais uma área de enorme falhanço.
Passei uma tarde quente do final da década de 1980 num anfiteatro do Instituto Superior Técnico a fazer uma prova escrita de avaliação de um concurso aberto para 3 vagas de técnicos superiores: uma para o Museu Nacional de Arte Contemporânea e duas para o Museu Nacional de Arte Antiga. Seguiu-se uma entrevista com um júri de que faziam parte Ana Brandão, José Luís Porfírio e Adília Alarcão. Esta distante experiência enquadrou-se no último dos concursos abertos para técnicos superiores nos Museus Nacionais. Entretanto extinguiu-se o Instituto Português do Património Cultural, foi criado o Instituto Português de Museus, depois o Instituto dos Museus e da Conservação, este e outros Institutos deram origem à Direção-Geral do Património Cultural e, nestes 35 anos (o tempo de uma vida profissional), nenhuma das instituições que tutelaram os museus nacionais conseguiu abrir um único concurso para o seu reforço ou rejuvenescimento.
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