UE chega a acordo com a Moderna para receber vacinas contra a covid-19 actualizadas

Empresa norte-americana tem duas vacinas adaptadas às variantes BA.1 e BA.5 da Ómicron. Devem chegar só lá para o Outono, dependendo de terem luz verde da Agência Europeia de Medicamentos.

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As doses que deveriam ser entregues em Julho e Agosto vão ser fornecidas mais tarde e convertidas nas novas vacinas adaptadas às subvariantes da Ómicron HANNIBAL HANSCHKE/Reuters

A Comissão Europeia anunciou nesta terça-feira ter chegado a um acordo com a empresa de biotecnologia norte-americana Moderna para “responder melhor às necessidades” da União Europeia (UE) no Outono e Inverno, adaptando o calendário de entrega de novas doses da vacina contra a covid-19 para que 15 milhões de doses a entregar sejam das novas versões baseada nas subvariante BA.1 ou BA.5 da Ómicron.

As doses que deveriam ser entregues em Julho e Agosto vão ser fornecidas mais tarde, lá para o Outono, e convertidas nas novas vacinas adaptadas às subvariantes da Ómicron, que a Moderna está a desenvolver – o calendário final depende da aprovação das vacinas pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA), explica um comunicado de imprensa da Moderna.

Neste momento, a empresa norte-americana está a desenvolver duas vacinas adaptadas à Ómicron: uma baseada na variante BA.1 (identificada como ARNm-1273.214) e outra na BA.5, denominada ARNm 1273.222. Em Portugal, as linhagens BA.2 e BA.5 tiveram maior impacto.

Ambas contêm 25 microgramas da vacina que actualmente está autorizada, e que foi usada para vacinar a população, e 25 microgramas da subvariante específica, perfazendo assim cada dose 50 microgramas. Num ensaio clínico com cerca de 800 pessoas, estas vacinas de reforço deram provas de desencadear uma melhor resposta imunitária do que a vacina já aprovada, incluindo nos maiores de 65 anos, diz outro comunicado de imprensa da Moderna.

“O acordo assegurará que as autoridades nacionais tenham acesso às vacinas, incluindo vacinas adaptadas às variantes, se forem autorizadas, no momento em que delas necessitem para as suas próprias campanhas de vacinação e para apoiar os seus parceiros mundiais”, diz um comunicado divulgado pela Comissão Europeia.

“O acordo garante igualmente que, se uma ou mais vacinas adaptadas [às novas variantes] receber uma autorização de introdução no mercado, os Estados-membros podem optar por receber essas vacinas adaptadas ao abrigo do contrato em vigor”, diz a Comissão, citada pela agência Lusa.

Também a Pfizer e BioNtech estão a desenvolver uma vacina contra a covid-19 adaptada às subvariante da Ómicron BA.1. Em meados de Julho, as empresas submeteram à EMA os dados de ensaios clínicos da segunda e terceira fase para que seja avaliada esta vacina actualizada. Segundo um comunicado de imprensa da BioNtech, os resultados dos ensaios clínicos mostram que as pessoas a quem foi inoculada esta nova vacina têm uma resposta imunitária superior às que receberam a vacina actualmente autorizada, com a qual foi vacinada grande parte da população portuguesa.

Esta vacina foi também submetida para aprovação à Food and Drug Administration, a agência que regula o mercado do medicamento e da alimentação nos Estados Unidos.

Até ao fim de Julho de 2022, a UE exportou mais de 2400 milhões de doses de vacinas para 168 países e, além disso, os Estados-membros partilharam com outros países mais de 478 milhões de doses, das quais cerca de 406 milhões já lhes foram entregues (cerca de 82% através do mecanismo Covax), diz o comunicado de imprensa da Comissão Europeia.

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