Amnistia Internacional lamenta “perturbação e revolta” causada por relatório
Organização de defesa de direitos humanos diz que mantém conclusões mas que “nenhuma das acções ucranianas” que documentou “justifica de modo algum as violações da Rússia”.
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A Amnistia Internacional (AI) pediu neste domingo desculpa pela “perturbação e revolta” causada por um relatório acusando a Ucrânia de pôr civis em risco, que enfureceu o Presidente, Volodymyr Zelensky, e levou à demissão da responsável da AI em Kiev.
A organização de defesa de direitos humanos publicou, na quinta-feira, um relatório dizendo que a presença de tropas ucranianas em zonas residenciais fazia aumentar o risco para civis ucranianos durante a invasão da Rússia.
“A Amnistia Internacional lamenta profundamente a perturbação e ira que o nosso comunicado de imprensa sobre as tácticas de combate do Exército ucraniano possa ter causado”, disse a organização com sede em Londres num email à agência noticiosa britânica Reuters.
“A prioridade da Amnistia Internacional neste e noutros conflitos é assegurar que os civis são protegidos. Este era, de facto, o nosso único objectivo quando divulgámos esta última investigação. Enquanto mantemos totalmente as nossas conclusões, lamentamos a dor causada.”
Zelensky acusou a organização de tentar tirar responsabilidade à agressão russa, enquanto a responsável do gabinete da Amnistia na Ucrânia, Oksana Pokalchuk, demitiu-se dizendo que o relatório era uma prenda para a propaganda de Moscovo.
Responsáveis ucranianos dizem que tentam retirar civis das zonas na linha da frente. A Rússia, que diz não atingir civis, não comentou este relatório.
No seu email no domingo, a Amnistia diz que encontrou forças ucranianas perto de casas de civis em 19 cidades e aldeias que visitou. A presença expõe os civis a risco de disparos russos, diz a organização.
“Isso não quer dizer que a Amnistia Internacional considere que as forças ucranianas são responsáveis pelas violações cometidas pelas forças russas, nem que o exército ucraniano não esteja a tomar medidas de precaução adequadas noutros locais do país”, declarou. “Temos de ser muito claros: nenhuma das acções ucranianas que documentámos justifica de modo algum as violações da Rússia”.