Sporting quer ir a Braga com o copo meio cheio
Começar o campeonato com rivais directos pela frente é bom ou mau? Há duas correntes de pensamento, mas Rúben Amorim crê que é algo para aproveitar como positivo.
Um sorteio dita um início de campeonato com viagens aos estádios de dois rivais nas primeiras três jornadas. Neste cenário, há duas correntes. Uma que lamenta a má fortuna, porque um início com adversários menos fortes poderia “embalar” a equipa, mas também há a corrente que indica que o início de campeonato é a melhor altura para explorar adversários ainda fora do seu melhor – e, por extensão, transformar um arranque complicado num “embalo” ainda maior, sobretudo no plano mental. É um pouco isto que se passa no Sporting, que viaja neste domingo até ao Minho, para defrontar o Sporting de Braga (18h, SPTV).
Com Municipal de Braga e Estádio do Dragão nas primeiras três jornadas, mais Alvalade (frente ao Rio Ave) pelo meio, o Sporting quer, portanto, ver o copo meio cheio. E foi essa a ideia defendida por Rúben Amorim, treinador “leonino”, na antevisão da partida. “Obviamente é um início de campeonato difícil, mas também pode ser muito bom”, apontou. E detalhou: “É dessa forma que nós temos de ver. Temos capacidade para vencer qualquer equipa em Portugal (…) olhando para o calendário, o que pensei é que pode ser um excelente início de campeonato”.
Mas se para o Sporting não é bom começar com o Sp. Braga, a lógica inversa também pode ser aplicada. Os minhotos são, em teoria, um candidato a rivalizar com os três “grandes” pelo “poleiro” português, pelo que começar frente ao Sporting traz precisamente a mesma lógica de copo meio cheio ou meio vazio. Em todo o caso, o treinador Artur Jorge não se presta a “aventuras comunicacionais” que coloquem a equipa na luta pelo título, algo que Sérgio Conceição deu como verdade.
“Vamos ser seguramente uma equipa ambiciosa ao longo o campeonato. Parece-me prematuro, nesta altura, determinar metas para o que queremos atingir, temos é de ser competitivos e competentes em todos os jogos para atingir o objectivo que temos internamente”, disse, escondendo a meta interna definida com António Salvador.
Horta e Adán vão lá estar
Para este duelo não há tendências passadas a nível de jogo que permitam prever o que poderá acontecer, a não ser, como disse Artur Jorge, que deverá ser equilibrado: “Vão estar duas boas equipas em confronto, com ambições altas para a próxima temporada. Perspectivo que possa ser equilibrado”.
Ainda que isto soe a pouco como previsão, há alguns factos que podem ser apresentados como antevisão. Um é que o Sp. Braga ainda tem Ricardo Horta e o outro é que Antonio Adán não está, afinal, lesionado com gravidade.
Amorim falou de ambas as situações. Sobre Horta, garantiu que o Sporting não tentou comprar o jogador – assumiu que o clube não tem dinheiro para tal –, mas aventurou-se em previsões desportivas: “Tenho a certeza de que vai jogar. Estando fechado ou apalavrado [com o Benfica], vai jogar. Não sei é se joga na ala ou a avançado”, atirou.
Sobre Adán, elogiou a recuperação rápida do guarda-redes espanhol: “O Adán já vai para a convocatória. Recuperou rapidamente, fez todos os possíveis por jogar. Deu todos os sinais de que estava apto para ir a jogo e, portanto, foi convocado”.
Estes dois detalhes, teoricamente individuais, podem ter impacto colectivo no jogo. Horta é o principal jogador do Sp. Braga, com impacto claro no estilo de jogo, e, caso a “novela Benfica” termine em transferência, a equipa minhota fará, com o Sporting, o último ou um dos últimos jogos antes de uma “metamorfose forçada” – é, portanto, uma boa altura para vencer os “leões”, enquanto Horta ainda lá está.
No caso de Adán, trata-se, para o Sporting, de evitar a aposta em Franco Israel, jovem sem um único jogo em escalões principais de futebol. E também essa pode ser a diferença entre um início em falso ou uma estreia sem sobressaltos no que à baliza diz respeito.