Sporting quer ir a Braga com o copo meio cheio

Começar o campeonato com rivais directos pela frente é bom ou mau? Há duas correntes de pensamento, mas Rúben Amorim crê que é algo para aproveitar como positivo.

Foto
Pedro Gonçalves e Raúl Silva em duelo LUSA/MANUEL FERNANDO ARAUJO

Um sorteio dita um início de campeonato com viagens aos estádios de dois rivais nas primeiras três jornadas. Neste cenário, há duas correntes. Uma que lamenta a má fortuna, porque um início com adversários menos fortes poderia “embalar” a equipa, mas também há a corrente que indica que o início de campeonato é a melhor altura para explorar adversários ainda fora do seu melhor – e, por extensão, transformar um arranque complicado num “embalo” ainda maior, sobretudo no plano mental. É um pouco isto que se passa no Sporting, que viaja neste domingo até ao Minho, para defrontar o Sporting de Braga (18h, SPTV).

Com Municipal de Braga e Estádio do Dragão nas primeiras três jornadas, mais Alvalade (frente ao Rio Ave) pelo meio, o Sporting quer, portanto, ver o copo meio cheio. E foi essa a ideia defendida por Rúben Amorim, treinador “leonino”, na antevisão da partida. “Obviamente é um início de campeonato difícil, mas também pode ser muito bom”, apontou. E detalhou: “É dessa forma que nós temos de ver. Temos capacidade para vencer qualquer equipa em Portugal (…) olhando para o calendário, o que pensei é que pode ser um excelente início de campeonato”.

Mas se para o Sporting não é bom começar com o Sp. Braga, a lógica inversa também pode ser aplicada. Os minhotos são, em teoria, um candidato a rivalizar com os três “grandes” pelo “poleiro” português, pelo que começar frente ao Sporting traz precisamente a mesma lógica de copo meio cheio ou meio vazio. Em todo o caso, o treinador Artur Jorge não se presta a “aventuras comunicacionais” que coloquem a equipa na luta pelo título, algo que Sérgio Conceição deu como verdade.

“Vamos ser seguramente uma equipa ambiciosa ao longo o campeonato. Parece-me prematuro, nesta altura, determinar metas para o que queremos atingir, temos é de ser competitivos e competentes em todos os jogos para atingir o objectivo que temos internamente”, disse, escondendo a meta interna definida com António Salvador.

Horta e Adán vão lá estar

Para este duelo não há tendências passadas a nível de jogo que permitam prever o que poderá acontecer, a não ser, como disse Artur Jorge, que deverá ser equilibrado: “Vão estar duas boas equipas em confronto, com ambições altas para a próxima temporada. Perspectivo que possa ser equilibrado”.

Ainda que isto soe a pouco como previsão, há alguns factos que podem ser apresentados como antevisão. Um é que o Sp. Braga ainda tem Ricardo Horta e o outro é que Antonio Adán não está, afinal, lesionado com gravidade.

Amorim falou de ambas as situações. Sobre Horta, garantiu que o Sporting não tentou comprar o jogador – assumiu que o clube não tem dinheiro para tal –, mas aventurou-se em previsões desportivas: “Tenho a certeza de que vai jogar. Estando fechado ou apalavrado [com o Benfica], vai jogar. Não sei é se joga na ala ou a avançado”, atirou.

Sobre Adán, elogiou a recuperação rápida do guarda-redes espanhol: “O Adán já vai para a convocatória. Recuperou rapidamente, fez todos os possíveis por jogar. Deu todos os sinais de que estava apto para ir a jogo e, portanto, foi convocado”.

Estes dois detalhes, teoricamente individuais, podem ter impacto colectivo no jogo. Horta é o principal jogador do Sp. Braga, com impacto claro no estilo de jogo, e, caso a “novela Benfica” termine em transferência, a equipa minhota fará, com o Sporting, o último ou um dos últimos jogos antes de uma “metamorfose forçada” – é, portanto, uma boa altura para vencer os “leões”, enquanto Horta ainda lá está.

No caso de Adán, trata-se, para o Sporting, de evitar a aposta em Franco Israel, jovem sem um único jogo em escalões principais de futebol. E também essa pode ser a diferença entre um início em falso ou uma estreia sem sobressaltos no que à baliza diz respeito.

Sugerir correcção
Comentar