No Minho houve Sp. Braga, Sporting, golos, espectáculo e empate
O 2-2 parecia garantido, o 3-2 para o Sporting também chegou a parecer inevitável, mas o 3-3 final ajusta-se a duas equipas que erraram muito, mas souberam ser perigosas. E à primeira jornada já há um claro candidato a melhor jogo do campeonato.
O duelo entre Sp. Braga e Sporting, neste domingo, na jornada 1 da I Liga, teve muitos golos – e de qualidade –, boas jogadas colectivas, arte técnica, emoção, desempenhos individuais de grande qualidade, alterações no resultado, dinâmicas tácticas interessantes, momentos diferentes no próprio perfil do jogo, heróis improváveis e golos “fora de horas”. Em suma, teve tudo. Tudo menos um vencedor.
A partida acabou com empate (3-3) no Minho e, pela distribuição dos momentos de perigo, das oportunidades e do domínio, justifica-se o resultado que sai deste jogo. Depois deste jogo, pode dizer-se que à primeira jornada já há um claro candidato a melhor jogo do campeonato.
Minhotos audazes
O Sp. Braga trouxe para este jogo um “onze” bastante ofensivo – no papel, mas também no campo. No 4x4x2 montado por Artur Jorge, apenas Musrati era um elemento defensivo – e mesmo ele está longe de ser um médio defensivo posicional.
DO SUSPEITO DO COSTUME!
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Pote inaugura o marcador na Pedreira!#sporttvportugal #LIGAnaSPORTTV #ligaportugal #ligaportugalbwin #sportingcp #SCP #scbraga #SCB #SCBSCP #jogador pic.twitter.com/N2krMdyo2C
Mas a audácia teórica teve significado prático na forma como a equipa minhota pressionava a construção “leonina” bem dentro do meio-campo ofensivo. Chegavam a ser sete jogadores em zona de pressão e essa foi, durante toda a primeira parte, a única forma que o Sp. Braga teve de jogar, já que em construção teve sempre bastantes dificuldades para criar jogo, sobretudo pela grande distância entre sectores.
Para o Sporting, a audácia do Sp. Braga sem bola não foi necessariamente nefasta. É certo que condicionou alguns momentos de construção (houve diversas perdas em passes de risco, sobretudo com a pressão de Vitinha na meia-esquerda), mas também foi ela que permitiu aos “leões” criarem perigo sempre que passavam a primeira linha de pressão de quatro adversários contra os três centrais.
Morita, como facilitador da construção, e Matheus Nunes, como mestre da condução de bola, acabaram por beneficiar do espaço que havia atrás da pressão minhota – e para isso também contribuiu a capacidade de Matheus Reis e Inácio em colocarem passes verticais entre linhas, evitando despejarem bolas longas quando apertados pelo Sp. Braga.
BANZA!!
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O Sporting de Braga reage de imediato e está tudo empatado!#sporttvportugal #LIGAnaSPORTTV #ligaportugal #ligaportugalbwin #sportingcp #SCP #scbraga #SCB #SCBSCP #Banza pic.twitter.com/PvMqtxwgN6
Matheus Nunes conseguiu movimentos desse tipo várias vezes, com particular destaque aos 2’, quando ganhou um livre perigoso, e aos 18’, quando passou por quatro jogadores minhotos, cruzou para o segundo poste e permitiu a Nuno Santos um tremendo remate de primeira, contra o relvado, fazendo a bola ganhar altura e sobrevoar o guarda-redes Matheus.
Na altura, era o 2-1 para o Sporting, porque antes disso já tinha havido dois momentos importantes. Primeiro aos 9’, quando o Sp. Braga subiu demasiado na pressão, após um canto, e uma grande bola de Matheus desmarcou Porro, que cruzou para a finalização fácil de Pedro Gonçalves.
Depois aos 14’, quando os minhotos bateram rapidamente um livre que apanhou o Sporting distraído, dando a Ricardo Horta, entre linhas, a possibilidade de assistir Simon Banza para uma boa finalização com a biqueira da bota – e este tipo de adormecimento “leonino” aconteceu com alguma frequência, como aos 33’, quando só um fora-de-jogo impediu o Sp. Braga de chegar ao 2-2.
Ofensivamente, porém, havia Sporting. Mesmo sem conseguirem jogar sempre em ataque posicional e sem especial presença em zonas ofensivas, os “leões” aproveitavam o balanceamento ofensivo do Sp. Braga, sempre algo anárquico na cobertura de espaços, para jogar entre linhas – como aos 37’, quando Trincão, isolado por Pote, rematou por cima, ou até mesmo aos 39’, quando um erro técnico de André Horta, conjugado com o desposicionamento colectivo, deu finalização torta de Pote.
O Sporting poderia ter o jogo resolvido ao intervalo, mas acabou por pagar caro nova distracção, desta vez num livre que encontrou a cabeça de Niakaté – apareceu entre os descoordenados Matheus Reis e Trincão.
Sp. Braga recuou
Para a segunda parte regressou um Sp. Braga diferente. A equipa minhota abdicou da pressão tão alta e assumiu um bloco bastante mais recuado e, sobretudo, menos exposto do que nos primeiros 45 minutos.
GOLAÇO DE NUNO SANTOS! ????
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Início de loucos em Braga com o Sporting a fazer o 1-2!#sporttvportugal #LIGAnaSPORTTV #ligaportugal #ligaportugalbwin #sportingcp #SCP #scbraga #SCB #SCBSCP #NunoSantos pic.twitter.com/2J0QyUV14h
Em ataque posicional, o Sporting precisava de ligar mais o jogo com Pote e Trincão (e teve Morita mais em jogo nesse labor), mas teve dificuldades em fazê-lo pela forma como o Sp. Braga estava com a posição defensiva mais fechada na zona central – e faltou bastante largura aos “leões”, com Porro e Nuno Santos pouco em jogo.
A solução de Rúben Amorim não passou por dotar as alas de sangue fresco, mas sim de colocar Matheus Reis a ala, com a entrada de St. Juste para central. Sangue fresco foi no ataque, com Edwards como falso 9, e no meio-campo, com Ugarte no lugar de Morita.
Logo a seguir houve um penálti assinalado sobre Pote que foi revertido por sugestão do VAR e um lance individual de Porro com remate perigoso.
A ROLETA DE GOLOS VOLTA A GIRAR! ????
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Marca Marcus Edwards e de seguida Abel Ruiz mete a bola no fundo das redes!#sporttvportugal #LIGAnaSPORTTV #ligaportugal #ligaportugalbwin #sportingcp #SCP #scbraga #SCB #SCBSCP #MarcusEdwards #AbelRuiz pic.twitter.com/u0Zn5Zuqnn
Era claramente um Sp. Braga mais apostado em transições (como num lance falhado por Ricardo Horta em boa posição) e um Sporting mais controlador, ao contrário do que tinha acontecido até ao intervalo.
E isto teve compensação aos 83’, quando uma “sociedade” made in Vitória de Guimarães parecia ter encontrado o caminho da vitória: foi jogada de Rochinha, com muita passividade minhota na área, e finalização de Edwards. Ambos tinham sido “sacados” por Amorim no banco de suplentes.
Quando parecia haver jogo feito, uma jogada de Djaló (jovem que entrou com muita energia) deu finalização a Abel Ruiz, também este lance com alguma passividade “leonina” - uma constante durante o jogo.