Coreia do Norte prepara-se para realizar o primeiro teste nuclear em cinco anos, alerta a ONU
Nações Unidas monitorizam reconstrução do centro de testes subterrâneos de Punggye Ri, no Norte do país, que foi desactivado em 2019 após a cimeira entre Kim Jong-un e Donald Trump.
A ONU alertou que a Coreia do Norte está a preparar-se para realizar o seu primeiro teste nuclear desde 2017, de acordo com um relatório confidencial a que a agência noticiosa alemã DPA teve acesso.
Nos últimos meses, foram observados trabalhos de construção no centro de testes subterrâneos de Punggye Ri, no Norte do país, abrindo caminho para a possibilidade de mais testes nucleares.
Imagens de satélite do local consultadas pela organização sugerem que Pyongyang está a reconstruir esta rede de túneis que foi demolida em 2019 após a cimeira entre Kim Jong-un e o então Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Teme-se, desta forma, que depois de meses em que a Coreia do Norte realizou vários ensaios com balísticos, o primeiro teste nuclear do país asiático em quase cinco anos possa estar iminente.
A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) sublinha que a actividade de Punggye Ri já começou em Junho, local onde a Coreia do Norte realizou seis testes nucleares entre 2006 e 2017.
Apesar de o Conselho de Segurança das Nações Unidas ter aumentado as sanções contra o país, a Coreia do Norte continua a argumentar que precisa de se defender daquilo que considera ser movimentos provocativos da Coreia do Sul e dos Estados Unidos, recorrendo à sua capacidade atómica e militar.
Pyongyang aponta o dedo aos Estados Unidos
A Coreia do Norte criticou, esta sexta-feira, a Administração norte-americana pelas suas declarações relativamente ao programa nuclear do país asiático que, por sua vez, acusou Washington de ser a “pedra angular da proliferação nuclear.”
Pyongyang destacou, assim, que os Estados Unidos procuram, continuamente, o “confronto” e afirmou que “não tolerará” críticas vindas do país norte-americano por se tratar de uma questão interna vinculada à sua “soberania nacional”, conforme escrito num comunicado divulgado pela agência de notícias Yonhap.
“Actualmente, quem mina os fundamentos do regime de não-proliferação não é outro país senão os Estados Unidos. É a gota de água para os EUA estarem constantemente a culpar os outros por eles próprios constituírem uma ameaça nuclear”, destacou o Governo norte-coreano, antes de insistir que “não tolerará tentativas por parte do país norte-americano de acusar a Coreia do Norte sem razão.”
Nesse sentido, sublinhou que se trata dos “interesses nacionais e dos direitos de soberania”. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, referiu, por sua vez, que Pyongyang continua a “expandir o seu programa nuclear ilegal”, o que constitui uma “provocação a nível regional”.