Mísseis chineses atingem zona económica exclusiva do Japão
Cinco mísseis chineses atingiram a zona económica exclusiva do Japão, acusou o ministro da Defesa japonês, Nobuo Kishi.
Cinco mísseis disparados pela China atingiram a zona económica exclusiva do Japão, acusou o ministro da Defesa do país, Nobuo Kishi. Os disparos terão ocorrido durante os exercícios militares que a China cumpre esta quinta-feira ao redor de Taiwan, na maior operação deste tipo alguma vez feita por Pequim junto da ilha.
Os exercícios começaram esta manhã ao meio-dia (5h em Lisboa), como previsto, com as águas na costa Norte, Sul e Leste de Taiwan como alvo. “Ter cinco mísseis chineses a cair na zona económica exclusiva do Japão [que se estende até 370 quilómetros de distância da costa japonesa] é uma novidade”, afirmou Kishi, em declarações aos jornalistas. “Já nos manifestámos firmemente através dos canais diplomáticos”, cita a Reuters.
“Este é um episódio grave que afecta a segurança do nosso país e da população”, alertou o ministro. Segundo Pequim, “todos os mísseis atingiram o alvo com precisão": zonas marítimas e aéreas em redor da ilha de Taiwan. “Esta é a nossa mensagem firme para os dirigentes mal-intencionados e as forças separatistas que querem a independência de Taiwan”, anunciou Gu Zhong, um responsável do Exército de Libertação Popular, à televisão estatal chinesa CCTV.
Já de acordo com o Ministério da Defesa de Taiwan, “o Partido Comunista Chinês disparou vários mísseis balísticos Dongfeng nas águas do nordeste e sudoeste de Taiwan às 13h56 (6h56 em Lisboa)”. Taipé afirma terem sido lançados 11 mísseis no total, mas não identifica o local exacto onde caíram. Contudo, cinco desses mísseis balísticos terão chegado ao espaço marítimo japonês.
Terão ainda entrado no espaço aéreo de Taiwan 22 aviões militares chineses e dez navios da Marinha passaram a “linha média” que atravessa o Estreito de Taiwan e separa, de forma não oficial, os dois territórios.
As manobras militares surgem dois dias depois da visita de Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, a Taipé, em que reforçou o compromisso norte-americano com a segurança de Taiwan, perante uma subida de tom das tensões com a China.
There is no justification to use a visit as pretext for aggressive military activity in the Taiwan Strait. It is normal and routine for legislators from our countries to travel internationally.
— Josep Borrell Fontelles (@JosepBorrellF) August 4, 2022
We encourage all parties to remain calm, exercise restraint, act with transparency. https://t.co/b760G8L0J4
Além da visita de Pelosi que desagradou particularmente a China, um comunicado dos ministros do G7 partilhado por Josep Borrell, chefe da diplomacia da União Europeia, gerou descontentamento quanto à postura do Japão, que integra o grupo dos sete países mais industrializados do mundo. Em reacção ao apelo para a China “não alterar unilateralmente o statu quo à força e para resolver pacificamente as divergências” com Taiwan, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Pequim cancelou uma reunião com o homólogo japonês.