Cuba: nasceu uma quinta cria do raro tigre-de-bengala
População de tigres-de-bengala está em perigo de extinção na natureza. Jardim Zoológico Nacional de Havana tentava procriar tigres há 20 anos.
O Jardim Zoológico Nacional de Havana, em Cuba, tem um novo inquilino: nasceu uma rara cria de tigre-de-bengala, anunciaram os funcionários do zoo. Esta é a quinta cria desta população que nasceu – e sobreviveu – em apenas um ano.
O nascimento de todas estas crias ocorreu ao fim de 20 anos de tentativas de se procriar naquele estabelecimento aqueles felinos em risco de extinção. Todas as crias são filhas da Fiona e do seu parceiro, o Garfield. Infelizmente, a nova cria é a única sobrevivente de uma ninhada de quatro animais que nasceram há duas semanas e que agora se junta aos pequenos felinos que nasceram há um ano. As outras três da nova ninhada sofriam de problemas neurológicos graves e morreram.
Ainda sem nome, o felino nasceu com pouco peso e está a ser cuidado pelo departamento de procriação artificial no jardim zoológico. Segundo o que foi dito, ele é “brincalhão”. “O nascimento da cria foi uma alegria. Era muito pequena e nós tivemos de a alimentar com leite e cuidar dela de outras formas”, disse Maria Karla Gutierrez, uma das cuidadoras, de 21 anos, enquanto fazia festas no pequeno tigre.
O Jardim Zoológico Nacional, um parque da vida selvagem, é uma atracção predilecta para os cubanos. O centro tem 1473 indivíduos de mais de 120 espécies, incluindo grandes animais como elefantes e rinocerontes. “Para o parque, para o país e para o mundo, é uma coisa muito bonita, já que os tigres estão em perigo de extinção”, diz Angel Cordero, veterinário do jardim zoológico. “Dá-nos orgulho. Estamos muito felizes e vamos continuar a reproduzir estes animais.”
Caça e desflorestação
No passado, milhares de tigres-de-bengala, conhecidos pela sua pelagem laranja, habitavam as florestas do Bangladesh, da Índia e do Nepal. Mas os seus números diminuíram para cerca de 2500, segundo os especialistas. A caça e a desflorestação foram responsáveis por esta grande redução da espécie.
Os tigres-de-bengala são apenas uma das nove populações de tigres identificadas pela ciência e agrupadas em duas subespécies: a subespécie Panthera tigris tigris, que compreende actualmente a cinco populações diferentes que vivem no continente asiático, onde se inclui o tigre-de-bengala; e a subespécie Panthera tigris sondaica, que hoje em dia habita apenas a ilha de Samatra, no Sudeste asiático. Enquanto a primeira subespécie está em risco de extinção, a segunda está em risco crítico de extinção.
No início do século XX, as populações de tigres no mundo eram de cerca de 100.000 indivíduos. A sua área de distribuição ia desde a Turquia, junto ao mar Negro, até ao extremo Leste da Rússia, passando ainda pelas ilhas de Bali, Java e Samatra. Desde então, 95% dos tigres desapareceram. Em 2010, as populações atingiram um mínimo de sempre, com apenas 3200 indivíduos.
Hoje, estima-se que o total das populações seja cerca de 4500 indivíduos, segundo os últimos dados da União Internacional para a Conservação da Natureza, divulgados no final de Julho. Das nove populações de tigre que existiam, três já se extinguiram ao longo do século XX (uma que vivia na região do mar Cáspio, outra que habitava na ilha de Bali e uma terceira que vivia na ilha de Java). Muitos cientistas acreditam que uma quarta população, original do Sul da China, já está extinta na natureza, sobrevivendo apenas nos jardins zoológicos.
Há, no entanto, vários projectos de conservação que estão a tentar reverter a situação do felino.