Resiliência e comunidade: a proposta do Festival Fuso para 2022

Edição 2022 do festival que acontecerá de 23 a 28 de Agosto, propõe “uma nova abertura à imagem em movimento do século XXI”.

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Mónica de Miranda apresentou em Veneza "no longer with the memory but with its future" CORTESIA SITE DE MÓNICA DE MIRANDA

A edição deste ano do Fuso - Festival Internacional de Videoarte, em Lisboa, contará com 38 obras, de artistas como Mónica de Miranda, Joan Jonas e Salomé Lamas, e propõe “uma nova abertura à imagem em movimento do século XXI”, anunciou esta segunda-feira a organização.

O festival, que este ano estará subordinado aos temas da resiliência, esperança e comunidade, acontecerá de 23 a 28 de Agosto, espalhado por vários espaços de Lisboa, nomeadamente o MAAT - Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia, o Museu da Marioneta, o Castelo de São Jorge e o Palácio Sinel de Cordes.

“O papel da arte é promover um diálogo significativo sobre os importantes desafios sociais, políticos e ambientais que o mundo enfrenta hoje. Conflitos de raça e classe, emergência climática e a pandemia causada pela covid-19 são crises de dimensão planetária que os artistas do nosso tempo estão a explorar”, refere o festival em nota de imprensa.

Da programação anunciada farão parte sessões de videoarte escolhidas por vários curadores, como A utopia da paz, no Palácio Sinel de Cordes, com curadoria de Benjamin Weil e Leonor Nazaré, a partir da colecção do Centro de Arte Moderna da Gulbenkian, e que contará com obras de artistas como Daniel Barroca, Salomé Lamas e Jan Fabre.

O curador Paul Goodwin programou uma sessão no Museu do Chiado com obras de Haroon Mirza, Mónica de Miranda, Alia Syed e Remy Jungerman.

No Museu da Marioneta, a curadora Lori Zippay fará uma homenagem à artista norte-americana Joan Jonas, pioneira da videoarte e do cinema experimental, desde meados dos anos de 1960.

Haverá ainda debates diários moderados pelo jornalista do PÚBLICO Vítor Belanciano.

À 14.ª edição, o Fuso volta a contar com um concurso aberto a artistas portugueses ou a residir em Portugal, com 13 obras seleccionadas de Gabriela Vaz-Pinheiro, Gui Athayde, Hoji Fortuna, Inês Norton, José Taborda, Júlio F. R. Costa, Léna Lewis-King, Leonor Sousa, Marcelo Moscheta, Maxime Martinot, Ricardo Leandro, Sara Carneiro e Tiago Bastos.

De acordo com o director artístico do festival, Jean-François Chougnet, os temas das obras a concurso vão desde a reflexão sobre o colonialismo e processos de descolonização, a questões de género, paisagem e tecnologia.

Os vencedores vão ser conhecidos na sessão de encerramento do festival, a 28 de Agosto, no Museu da Marioneta.

No arquipélago dos Açores, será também apresentado o Fuso Insular, em São Miguel, no quadro da descentralização do festival, com sessões de curadores nacionais e internacionais. Um laboratório criativo de imagem em movimento para artistas locais decorre desde Julho e segue até Setembro, e a 4.ª edição do Fuso, em São Miguel, terá lugar entre 27 e 30 de Outubro.

O Fuso - Festival Internacional de Videoarte de Lisboa é financiado pela Direcção-Geral das Artes, e está inserido no programa Lisboa na Rua, uma iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa e da EGEAC - Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural.