O “lugar impossível” da identidade brasileira
“O Brasil não existe, o que existe é uma multiplicidade de povos” debaixo de um tacão. As palavras são do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro quando desafiado a falar do que é o Brasil, ou a identidade brasileira. No ano em que se comemoram os 200 anos da independência, o PÚBLICO propõe para o mês de Agosto 30 trabalhos, entre reportagens e reflexão de historiadores e analistas políticos e sociais sobre o Brasil.
Em 2015, desafiado pela revista Cult para responder à pergunta “O Brasil tem jeito?”, Eduardo Viveiros de Castro, um dos nomes mais respeitados no mundo da antropologia, respondeu mais ou menos assim, e cita agora de cor para o PÚBLICO: “O Brasil não existe: o que existe é uma multiplicidade de povos, indígenas e não-indígenas, baixo do tacão de uma elite corrupta, brutal e gananciosa, povos unificados à força por um sistema mediático e policial que finge constituir-se em um Estado-Nação territorial. Um lugar que é o paraíso dos ricos e o inferno dos pobres. Mas entre o paraíso e o inferno, existe a terra. E a terra é dos índios. Isto posto, no Brasil todo mundo é índio, exceto quem não é.”
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