Covid-19: mortalidade em Portugal abaixo do limiar europeu

De 19 a 25 de Julho, o país registou menos 38 mortes em relação à semana anterior. O índice de transmissibilidade do coronavírus é inferior a 1 em todo o território.

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O número de novos casos de infecção por 100 mil habitantes, acumulado nos últimos sete dias, foi de 284 casos Matilde Fieschi

A covid-19 em Portugal mantém uma incidência muito elevada, embora com tendência decrescente, e a mortalidade pela doença tende igualmente a diminuir e está abaixo do limiar europeu, refere o relatório semanal de monitorização da situação epidemiológica divulgado esta sexta-feira. O país registou, entre 19 e 25 de Julho, 29.277 infecções (menos 6324 em relação à semana anterior) e 72 mortes associadas à covid-19 (menos 38).

O relatório, elaborado por técnicos da Direcção-Geral da Saúde e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, recomenda a manutenção das medidas de protecção individual (como o uso de máscaras), a vacinação de reforço e a “comunicação frequente destas medidas à população”.

Segundo o documento, que data de quarta-feira e é divulgado semanalmente todas as sextas, o número de novos casos de infecção por 100 mil habitantes, acumulado nos últimos sete dias, foi de 284 casos, com tendência decrescente a nível nacional e em todas as regiões, excepto nos Açores, que apresentou uma tendência estável.

O índice de transmissibilidade (Rt) é inferior a 1 em todo o país, sendo que está nos 0,87, o que indica “uma tendência decrescente de novos casos”

Por regiões, Lisboa e Vale do Tejo registou 11.882 casos, menos 3344 do que no período anterior, e 23 óbitos, menos 22. A região Centro contabilizou 4224 casos (menos 518) e dez mortes (menos 13) e o Norte totalizou 6624 casos de infecção (menos 1780) e 17 mortes (mais uma). No Alentejo foram registados 1532 casos positivos (menos 212) e 4 óbitos (menos nove) e no Algarve verificaram-se 2148 infecções (menos 445) e dez mortes (mais duas).​

Já os Açores tiveram 1652 novos contágios (mais 162) e uma morte (menos uma do que na semana anterior), enquanto a Madeira registou 1015 casos nos sete dias (menos 187) e sete óbitos (mais quatro), de acordo com os dados da DGS.​

Segundo o relatório, a faixa etária entre os 40 e os 49 anos foi a que apresentou maior número de casos a sete dias (4692), seguindo-se a das pessoas entre os 50 e os 59 anos (4534), enquanto as crianças até aos 9 anos foram o grupo com menos infecções (1184) nesta semana.​

A mortalidade específica por covid-19 situa-se em 17,7 óbitos em 14 dias por um milhão de habitantes, com uma “tendência decrescente”, mas está associada em parte a um excesso de mortalidade por todas as causas face aos valores esperados para a época do ano.

“Este valor é inferior ao limiar de 20 óbitos em 14 dias por 1 milhão de habitantes, definido pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC)”, indica o documento.

O relatório revela que o número de internamentos hospitalares em unidades de cuidados intensivos no território continental tende a estar estável, “correspondendo a 21,2% do valor crítico definido de 255 camas ocupadas”. No último dia do período em análise (segunda-feira), estavam internadas 833 pessoas, menos 196 do que no mesmo dia da semana anterior, com 54 doentes em unidades de cuidados intensivos, mais cinco.

O rácio entre o número de pessoas internadas e infectadas foi de 0,20, “indicando uma menor gravidade da infecção, à semelhança do observado desde o início de 2022”.

A linhagem BA.5 da variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2 (que causa a covid-19) “continua a ser claramente dominante” em Portugal, apresentando “uma maior capacidade de transmissão, a qual é potencialmente mediada por mutações [genéticas] adicionais com impacto na entrada do vírus nas células humanas e/ou pela sua capacidade de evasão à resposta imunitária”.

A covid-19 é uma doença respiratória que se tornou numa pandemia em 11 de Março de 2020, depois de o SARS-CoV-2, detectado em finais de 2019 na China, se ter disseminado rapidamente pelo mundo.