O escândalo de anti-semitismo que ensombrou a Documenta

A presença de dois elementos num mural de um colectivo indonésio, obra que acabou retirada, ofuscou a exposição em Kassel marcada pela ideia de colaboração e espírito colectivo. E levou a pedidos para que seja revisto o financiamento a artistas que apoiem o boicote a Israel.

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KASSEL, GERMANY - JUNE 18: Detail of the mural called "People's Justice" by the Indonesian artists group Taring Padi hangs behind cardboard figures at the Documenta 15 modern art fair on June 18, 2022 in Kassel, Germany. The mural has caused an uproar as Germany's Central Council of Jews as well as a number of leading politicians have levelled outspoken criticism at the Documenta for showing the piece, claiming it depicts elements that are anti-semitic, including the depiction of an orthodox Jew wearing hat with the symbol of the Nazi-era Waffen SS as well as a pig wearing a helmet with "Mossad" written on it. (Photo by Thomas Lohnes/Getty Images) Thomas Lohnes

A pergunta do jornalista do semanário Die Zeit ao colectivo Taring Padi, da Indonésia, espelhava a incredulidade geral da opinião pública na Alemanha: porque é que entre mais de cem figuras no gigante tríptico escolhido para um lugar de destaque na Documenta de Kassel, a exposição criada na Alemanha no pós-guerra que mapeia as tendências da arte de cinco em cinco anos, estavam duas caricaturas anti-semitas – uma representação de um judeu ortodoxo com dentes de vampiro e olhos vermelhos e SS escrito no chapéu, e um soldado que parece ter um nariz de porco com um capacete a dizer “Mossad” e um lenço com a estrela de David?

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