Brasil e Espanha confirmam primeiras mortes por varíola-dos-macacos
O Governo brasileiro confirmou esta sexta-feira a morte de uma pessoa por varíola-dos-macacos — a primeira registada fora do continente africano. Espanha declarou a primeira morte na Europa.
O Brasil confirmou esta sexta-feira a primeira morte provocada pela varíola-dos-macacos (monkeypox) no país. Foi a primeira morte que a doença causou fora do continente africano. Horas depois, o Governo de Espanha também anunciou a primeira morte conhecida no país. Já este sábado, foi comunicada uma segunda morte provocada pela mesma doença.
Segundo o Ministério da Saúde brasileiro, a vítima era um homem de 41 anos, com um linfoma e baixa imunidade, e morava na cidade de Uberlândia, no estado de Minas Gerais, onde, segundo dados oficiais, foram registados 44 dos 1066 casos da doença confirmados no país. A vítima estava internada num hospital da cidade de Belo Horizonte.
São Paulo, o estado mais populoso do país, é o mais afectado pelo surto: foram notificados 823 casos.
A confirmação da primeira morte ocorreu um dia após o Ministério da Saúde brasileiro anunciar a criação de uma comissão de emergência para lidar com a evolução da doença. O Governo informou ainda ter iniciado negociações com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) para a aquisição de vacinas contra a doença.
O Brasil é actualmente o segundo país das Américas com mais infecções por varíola, apenas atrás dos Estados Unidos, perto de registar três mil casos, segundo os últimos números divulgados pela OMS. O primeiro caso no Brasil foi registado a 8 de Junho, num homem de 41 anos que chegou a São Paulo após uma viagem a Espanha, país mais afectado pelo surto no mundo (com 4298 casos confirmados até 29 de Julho — a maioria homens e 64 mulheres, com idades que vão dos 10 meses e os 88 anos).
Precisamente em Espanha, o Ministério da Saúde também confirmou a primeira morte por varíola-dos-macacos no país — e na Europa — segundo avançaram o El Mundo e a ABC. Não são conhecidos detalhes sobre a identidade da vítima.
Mais de 18 mil casos de monkeypox foram detectados em todo o mundo desde o início de Maio passado, fora das áreas endémicas de África. A doença foi relatada em 78 países até agora, estando 70% dos casos concentrados na Europa e 25% nas Américas.
Em Portugal foram confirmados (desde 3 de Maio e até 27 de Julho) 633 casos de infecção pelo vírus monkeypox. Segundo a DGS, a maioria dos casos foi registada na região de Lisboa e Vale do Tejo (82,6%), no grupo etário entre os 30 e 39 anos e em homens (99,6%). Contam-se apenas duas infecções entre pessoas do sexo feminino. Apesar dos números, qualquer pessoa pode ficar infectada, independentemente do sexo, idade ou orientação sexual.
Às cinco mortes registadas em África, soma-se agora uma na Europa e uma na América do Sul. Cerca de 10% dos casos exigem internamento hospitalar para tentar aliviar a dor dos pacientes.
Os sintomas mais comuns da doença são febre, dor de cabeça intensa, dores musculares, dor nas costas, cansaço, e aumento dos gânglios linfáticos com o aparecimento progressivo de erupções que atingem a pele e as mucosas.
Notícia actualizada dia 30 de Julho às 13h03: acrescentada informação de segunda morte em Espanha