Incêndio em Penacova está dominado. Silves em fase de resolução

O incêndio de Penacova exigiu a mobilização de mais de 300 operacionais apoiados por 100 viaturas. Em Silves, no distrito de Faro, o fogo está controlado, mas a Protecção Civil alerta para eventuais reactivações ao longo do dia. A A2 foi reaberta ao trânsito.

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O incêndio em Silves deflagrou na segunda-feira em São Marcos da Serra LUSA/PAULO NOVAIS

O incêndio que deflagrou durante a tarde de segunda-feira numa zona de mato na localidade de Penacova, em Coimbra, foi dominado às 3h52, referiu, à agência Lusa, fonte da Protecção Civil, adiantando que, às 7h00, estavam no local 309 operacionais apoiados por 100 viaturas.

Na segunda-feira, o fogo obrigou à retirada dos utentes de um lar e de habitantes de várias aldeias por precaução que, entretanto, já regressaram a casa, notou a mesma fonte.

O presidente da Câmara de Penacova sublinhou que o ataque inicial musculado ao incêndio foi fundamental para o fogo não ter tido outras consequências.

“Penacova tem pequenos lugares e pequenas aldeias, espalhados pelos montes e vales e, se não fosse esse trabalho bem estruturado e um ataque inicial muito forte, talvez o incêndio tivesse tido outros contornos”, disse à agência Lusa o presidente do município, Álvaro Coimbra.

Os ventos fortes e temperaturas elevadas permitiram ao fogo lavrar, sobretudo, numa zona de eucaliptal do concelho. “Felizmente, conseguiu-se mobilizar um número significativo, quer de meios aéreos, quer de meios terrestres, em pouco tempo. Sem esse ataque musculado, o incêndio poderia ter tido outras consequências”, frisou Álvaro Coimbra, estimando que tenham ardido cerca de 250 hectares de floresta.

Silves: fogo em resolução

Em Silves, no distrito de Faro, o fogo que deflagrou por volta das 13h00 de segunda-feira na localidade do Fica Bem, em São Marcos da Serra, já se encontra em fase de resolução. De acordo com as últimas informações disponibilizadas pela Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC), no local estão 507 operacionais, 177 viaturas e quatro aeronaves.

O incêndio tinha três frentes activas e uma extensão de 18 quilómetros. De acordo com o comandante distrital das operações e socorro de Faro, Richard Marques, a intensidade e rápida progressão das chamas que chegaram a atingir os 2400 km/h – “valor muito acima do contexto normal” – obrigaram à retirada de pelo menos 50 habitantes da aldeia da Azilheira.

“Estimamos que tenha ardido cerca de 1500 hectares de área rural, mas ainda estamos a fazer um reconhecimento no terreno, tanto da área ardida como dos prejuízos e das edificações afectadas pelo fogo”, indicou esta terça-feira a presidente da Câmara de Silves, Rosa Palma.

De acordo com a autarca, o fogo destruiu um imóvel de primeira habitação na zona da Azilheira, tendo o município “providenciado já os bens necessários para a requalificação da mesma, não só do edificado, como dos próprios bens da casa”. “A reconstrução deste imóvel de primeira habitação é uma situação que classificamos como prioritária, mas podem existir outras sobre as quais ainda não tenhamos conhecimento”, acrescentou.

Durante o combate ao incêndio dois operacionais ficaram feridos sem gravidade e foram transportados para o Centro Hospitalar e Universitário do Algarve, em Portimão.

De acordo com o comandante distrital das operações e socorro de Faro, as características do terreno limitaram a actuação dos meios aéreos. “Estamos a falar numa zona com bastantes linhas de média tensão, o que comprometeu, numa fase inicial, o que é o nosso conceito de combater o incêndio de uma forma fulminante e musculada”, revelou.

O incêndio foi controlado durante a noite, momento em que se registou “um alívio dos parâmetros meteorológicos” com a humidade do ar a registar valores mais baixos.

Durante a tarde de segunda-feira, o fogo obrigou ao corte da Auto-estrada do Sul (A2) nos dois sentidos entre Ourique (Beja) e São Bartolomeu de Messines (Faro) que já foi reaberta por volta das 9h. Contudo, destaca o comandante, esta via de circulação continua a ser a prioridade e poderá ser novamente cortada, uma vez que se prevêem reactivações ao longo do dia.

“Vamos manter todo o dispositivo no terreno. Sabemos que o dia de hoje vai proporcionar um quadro meteorológico muito semelhante ao das últimas 24 horas. A intensificação do vento poderá atingir os 40 km/h”, declarou Richard Marques.

O Itinerário Complementar IC1 foi reaberto às 23h30 de segunda-feira. Os habitantes das localidades de Monte das Zorras, Alcarias, Corte Peral, Novas, Chaminé, Boião e Casas Velhas, em São Marcos da Serra também foram retirados.

Os dois incêndios mobilizaram um total de 905 operacionais, 306 veículos, oito aeronaves e 16 máquinas de rasto. O distrito de Faro mantém-se sob alerta amarelo até às 21h00 de quinta-feira “devido à persistência de valores elevados da temperatura máxima”, adianta o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Cerca de uma centena de concelhos de 11 distritos de Portugal Continental estão em perigo máximo de incêndio rural.

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