Se conhece alguém que, vivendo numa cidade pequena, arranjou emprego numa fábrica, que lhe confere estabilidade, ainda que salário pouco atractivo, e essa pessoa lhe disser que o seu emprego é uma fonte de bem-estar, enquanto um outro conhecido, com emprego qualificado e muito bem remunerado, mas mais sujeito à precariedade, não se sente tão realizado, não se admire. Há, pelo menos, uma explicação para isso: a estabilidade conferida no primeiro caso permite àquela pessoa “projectar a sua vida”, no sentido, por exemplo, de ter filhos, enquanto a segunda pode mostrar-se mais reticente em o fazer, por não saber se vai manter o mesmo emprego muito tempo.
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