Mais de sete milhões de pessoas estão à beira da fome devido à seca catastrófica que atinge várias regiões da Somália, alertou este domingo o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários, citado pela Europa Press.
As Nações Unidas estimam que quase metade da população (perto de oito milhões de pessoas) precisa de ajuda humanitária, e que 918 mil pessoas já foram obrigadas a deixar as suas casas em busca de água, comida ou pasto, incluindo grupos minoritários.
Da mesma forma, a ONU revela que 17 distritos da Somália enfrentam uma forte “possibilidade de fome”, enquanto as colheitas continuam a deteriorar-se, os preços dos alimentos continuam a subir e a entrega de ajuda humanitária está a tornar-se uma tarefa “insustentável”.
A ausência de chuvas por quatro estações consecutivas abriu caminho para a pior seca hidrológica no país nos últimos 40 anos. As plantações de feijão e milho murcharam e as terras ficaram marcadas com cadáveres de cabras e burros.
A população infantil é a primeira vítima dessa fome: um milhão e meio de crianças sofre de “desnutrição aguda” e uma em cada oito morre no país antes de completar 5 anos, indica a ONU. “Sem aumento da assistência, a seca levará a um êxodo da população, acompanhado de doenças contagiosas e violações de direitos humanos no país”, conclui.