Estudantes podem escolher 37 novos cursos

Entre as novidades do concurso nacional de acesso ao ensino superior deste ano estão cinco vagas novas em Medicina, um aumento de 7% na oferta para formação de professores e 153 lugares adicionais nos cursos mais disputados, incluindo os que têm tido as médias mais elevadas nos últimos anos.

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As candidaturas ao concurso nacional de acesso deste ano arrancam amanhã Nelson Garrido

Além dos 25 cursos (que criam 642 vagas) financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência, que são a principal novidade na oferta do ensino superior para o novo ano lectivo, as universidades e os politécnicos criaram outras 12 novas licenciaturas. São, por isso, 37 as novas formações a que os estudantes podem candidatar-se a partir desta segunda-feira.

Entre as novidades estão, por exemplo, a licenciatura em Gestão de Cidades Sustentáveis e Inteligentes, na Universidade de Coimbra, com 47 lugares, Tecnologia e Produto de Moda Sustentável, na Universidade da Beira Interior (20 vagas), ou Gestão Hoteleira, do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, que vai funcionar na nova escola de Guimarães criada pela instituição sediada em Barcelos.

Há mais (alguns) lugares em Medicina

São apenas cinco lugares, mas representam uma novidade numa área de estudos em que a oferta não tem aumentado, apesar dos esforços do Governo nesse sentido. A Universidade da Beira Interior, na Covilhã, criou cinco vagas adicionais no seu curso de Medicina (são agora 145), aumentando para 1534 os lugares disponíveis para a formação inicial de médicos no concurso nacional de acesso ao ensino superior.

As restantes escolas médicas mantêm a oferta, apesar de terem tido a possibilidade de aumentá-la, tal como aconteceu nos últimos anos. Há dois anos, o então ministro da Ciência e Ensino Superior autorizou as universidades a abrir mais de 200 novos lugares na formação de médicos em todo o país, mas o Conselho de Escolas Médicas Portuguesas esteve contra a solução.

Houve apenas uma excepção à forma como a proposta do Governo foi sendo ignorada: a Universidade dos Açores acrescentou 12 lugares em dois anos (são agora 50) no seu ciclo básico de Medicina, um curso preparatório para mestrado integrado, que obriga os estudantes a completar a sua formação numa instituição do continente.

Formação de professores cresce 7%

Era uma das novidades do despacho orientador para a fixação de vagas deste ano: o Governo queria que as instituições de ensino superior aumentassem as vagas nas licenciaturas em Educação Básica, que são obrigatórias para quem quer ser professor do 1.º e 2.º ciclos do ensino básico.

Ainda que nove dos 21 cursos de formação de professores tenham optado por não mexer na sua oferta, a maioria das instituições de ensino seguiu as indicações da tutela e aumentou entre um e dez lugares (casos dos Politécnicos de Bragança e da Guarda). Ao todo, há 855 vagas em Educação Básica neste concurso nacional de acesso, mais 56 do que no ano passado – o que corresponde a um aumento de 7%.

No final deste curso, os estudantes têm obrigatoriamente que seguir para mestrado, se quiserem ser professores. Desde o Acordo de Bolonha, no início do século, que ter uma licenciatura não é suficiente para garantir o acesso à carreira de professor. Com a divisão dos antigos cursos em dois ciclos (tipicamente, uma licenciatura de três anos e um mestrado de dois), passou a ser exigido, no mínimo, o 2.º ciclo do ensino superior.

Mais 153 vagas nos cursos mais disputados

Pelo quarto ano consecutivo, os cursos procurados pelos melhores alunos podiam aumentar o número de vagas e, ainda que alguns cursos continuem a rejeitar essa prerrogativa, a oferta nestas formações recebe, no concurso de acesso de 2022, 153 vagas adicionais.

Este ano eram 46 os cursos que cumpriam os critérios fixados pelo Governo – um “índice de excelência”, que mede as licenciaturas a que se candidatam, em primeira opção, os estudantes com média igual ou superior a 17, podendo crescer até 10%. Houve aumento de vagas em 21 deles, incluindo alguns dos que têm médias de acesso mais elevadas, como Engenharia Aeroespacial ou Engenharia Física e Tecnológica, no Instituto Superior Técnico (Universidade de Lisboa), que acrescentam dez lugares cada – podem receber este ano 130 e 102 novos estudantes, respectivamente –, ou Bioengenharia, na Universidade do Porto, que passa de 85 para 92 lugares.

A maioria dos cursos não mexe na oferta, incluindo a maior parte dos de Medicina. Há ainda três casos de licenciaturas que, estando em condições de aumentar a oferta, optaram por diminui-la, casos dos cursos de Direito da Universidade Nova de Lisboa (100 vagas, menos dez do que no ano passado) e do Porto (172, cortando duas) e ainda Design, na Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa, que passa de 54 para 50 lugares disponíveis.

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