Actividade económica na zona do euro contrai-se em Julho

Índice PMI atingiu 49,4 pontos em Julho, ficando abaixo dos 50 pontos que separam o crescimento da contracção.

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Famílias e empresas reduzem consumo e investimento Nelson Garrido

É mais uma má notícia relativamente às economias da zona euro: a actividade empresarial retraiu-se inesperadamente em Julho devido a uma desaceleração na indústria e uma quase estagnação no sector de serviços, a reflectir a redução de consumo, na sequência do aumento de preços. Um resultado divulgado no mesmo dia em que também o Bundesbank anunciou que a economia alemã “pode ter estagnado na Primavera de 2022”.

Divulgado esta sexta-feira, o PMI (Purchasing Managers’ Index) da S&P Global, que é um bom indicador da evolução económica, caiu para 49,4 pontos em Julho, contra 52 pontos em Junho. Abaixo de 50, este índice indica uma contracção da economia, tornando cada vez mais provável o cenário de recessão.

Trata-se da primeira contracção desde o confinamento de início de 2020, atingindo um mínimo de 17 meses, e fica a dever-se à diminuição do consumo e ao aumento de preços. Excluindo os meses mais impactados pela pandemia, a contracção de agora verificada é a primeira desde 2013.

O crescimento global do emprego também abrandou pelo segundo mês consecutivo, para um mínimo de quinze meses, com as empresas a mostrarem-se mais cautelosas face ao abrandamento da procura.

As expectativas das empresas para os próximos 12 meses também são negativas, ao caírem para o nível mais baixo desde Maio de 2020 (de 51,5 pontos para 49,7).

“A economia da zona do euro parece destinada a contrair no terceiro trimestre, já que a actividade empresarial caiu em declínio em Julho e os indicadores prospectivos sugerem que o pior virá nos próximos meses”, disse Chris Williamson, economista-chefe de negócios da S&P Global, citado pela Reuters.

A subida da inflação na zona euro, que se fixou em 8,6% em Junho, devido em grande parte à subida dos preços de energia, o início da subida das taxas de juro por parte do Banco Central Europeu, concretizadas esta quinta-feira, e em nível superior ao inicialmente anunciado, ou os receios de corte de fornecimento de gás russo à Europa, são, entre outros, factores que estão a reduzir a confiança das famílias, o que se reflecte nas decisões de consumo e investimento.

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