Exame de Física e Química A foi mais curto que o da primeira fase mas “conceptualmente difícil”

“Não era uma prova muito favorável para a aprovação de alunos”, defende a associação que representa os professores de Física e Química.

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Exame de Física e Química A da segunda fase decorreu hoje Nelson Garrido

O exame nacional de 2.ª fase de Física e Química A foi “exigente e conceptualmente difícil”, defende a presidente da Associação Portuguesa de Professores de Física e de Química (APPFQ), Ana Carla Campos, em declarações ao PÚBLICO esta quinta-feira. Numa comparação com a primeira prova deste ano, os professores da disciplina consideram que neste exame foi mais difícil chegar aos dez valores e, por isso, ter um aproveitamento positivo.

“Numa escala de zero a cinco [quanto à dificuldade], consideramos que está no quatro ou no cinco”, refere Ana Carla Campos. Por isso mesmo, acredita na possibilidade de, face ao menor número de itens fáceis, a média de 11,7 valores alcançada na primeira fase vir a descer. Os resultados da 1.ª fase foram divulgados na terça-feira pelo Ministério da Educação e Física e Química foi a disciplina que mais subiu face a 2021 (quase dois valores).

Essa expectável descida é também justificada pela professora de Física e Química uma vez que esta “não era uma prova muito favorável para a aprovação de alunos”. “O outro exame tinha mais itens fáceis, acessíveis” e os próprios “conteúdos em avaliação e as situações que foram colocadas, especialmente na Física, eram mesmo conceptualmente mais difíceis, não eram triviais”, explana ainda.

Apesar disso, para a APPFQ, os motivos do grau de dificuldade entre as duas fases são diferentes: “a primeira fase era mais acessível, mas é certo que era muito trabalhoso, tinha muitos cálculos, muitas conversões. Esta 2.ª fase não é uma prova difícil pelo mesmo motivo, é uma prova conceptualmente mais difícil. Mesmo os próprios enunciados carecem de uma maior capacidade de interpretação do contexto em que estão a ser colocados. Tinha algumas escolhas múltiplas muito complicadas para os alunos interpretarem a situação, fazerem a análise”. Quanto às falhas no rigor, o parecer da APPFQ, a que o PÚBLICO teve acesso, identificou, por exemplo, que “a notação das grandezas e unidades nem sempre obedece às recomendações internacionais”.

Ao contrário do exame de 1.ª fase, que no dia da prova foi caracterizado como “trabalhoso e extenso”, este teste foi mais reduzido, sendo, assim, possível realizá-lo no tempo previsto. “Considerámos que o outro exame era tão extenso que até poderia haver dificuldade em terminá-lo no tempo regulamentar, mas este não”, reflecte Ana Carla Campos.

Apesar das ressalvas e de “algumas falhas mais técnicas”, nomeadamente em gráficos ou até pelo desfasamento da realidade dos exemplos dados no enunciado — que não invalidavam a resolução dos exercícios —, como diz a presidente da APPFQ, este era um exame em linha com as aprendizagens essenciais e com o perfil dos alunos à saída da escolaridade obrigatória. “Estava adequado aos documentos de referência e para a finalidade que um exame pretende ter que é a seriação de alunos”, remata.

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