O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, lamentou, esta quarta-feira, que os países escandinavos se tenham tornado “nada mais nada menos que um centro de reprodução do terrorismo” e sublinhou que Ancara “deixou claras as suas condições” para que a Finlândia e a Suécia consigam finalizar a sua adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).

“Deixámos tudo claro”, afirmou Erdogan, antes de reiterar que as condições turcas incluem, principalmente, que esses países ponham fim às actividades de organizações terroristas nos seus respectivos territórios e que permitam a deportação para a Turquia de suspeitos de terrorismo.

A este respeito, indicou que Ancara “forneceu a lista” de membros de organizações como o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), o Partido da União Democrática (PYD), as Unidades de Protecção popular e o FETO – nome com o qual a Turquia se refere ao movimento Hizmet do teólogo Fethullah Gulen, acusado de estar por trás da tentativa de golpe de Estado de 2016. “Têm de devolvê-los”, disse Erdogan.

“Eles alimentam de tal forma essas organizações terroristas que até as levam para dentro dos seus próprios parlamentos, tal como um centro de reprodução. Se não cumprirem com as suas promessas, não será possível continuarmos a abordar positivamente a questão da adesão desses países [Finlândia e Suécia] à NATO.”

“Quase todos os países escandinavos se tornaram centros de reprodução do terrorismo”, disse o chefe de Estado turco, algo que também acontece na Alemanha, França, Holanda, Reino Unido e Itália. “O Ocidente, actualmente, não tem o direito de falar deste assunto”, acrescentou, sublinhado que estes países não respondem às listas por si enviadas para a detenção de terroristas nos seus territórios.

Durante a cimeira da NATO em Madrid, no final de Junho, Erdogan exortou a Finlândia e a Suécia para que “fizessem a sua parte” na luta contra o terrorismo, sendo que os acusou de também abrigarem terroristas.