Uma Feira do Livro de Lisboa “mais sustentável”, antes do regresso ao calendário habitual

A 92.ª edição do evento terá a Ucrânia como país convidado. E será a maior de sempre, promete a organização.

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Estrutura dos novos pavilhões da Feira do Livro de Lisboa
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Estrutura dos novos pavilhões da Feira do Livro de Lisboa
Feira do Livro em 2021
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Feira do Livro em 2021 Nuno Ferreira Santos

A 92.ª edição da Feira do Livro de Lisboa, que decorrerá entre 25 de Agosto e 11 de Setembro no Parque Eduardo VII, contará com 340 pavilhões, distribuídos por 140 participantes (mais dez do que no ano passado), em representação de centenas de marcas editoriais. Terá novos expositores, construídos com recurso a materiais sustentáveis, num formato modular. E a Ucrânia como país convidado, com um stand gratuito à sua disposição.

Terminada esta que a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) promete ser a maior edição de sempre do evento, a feira voltará depois ao seu calendário habitual: os meses anteriores ao Verão, como antes da pandemia. As novidades foram anunciadas esta manhã numa conferência de imprensa na Estufa Fria, em Lisboa, com a presença do presidente da APEL, Pedro Sobral, e do presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas.

Sobre o país-tema, e embora o convite já tenha sido endereçado à missão diplomática ucraniana em Portugal​, Pedro Sobral explicou que ainda não sabe qual o formato que terá essa participação. A organização está a trabalhar com a Federação de Editores Ucranianos para ver como pode “potenciar a literatura e os autores ucranianos”.

Pedro Sobral antecipou “uma Feira do Livro de Lisboa mais sustentável e mais integrada”, lembrando ainda que a acessibilidade a pessoas com mobilidade reduzida estará assegurada.

Nos últimos três anos, os organizadores do evento notaram um número superior de visitantes (e mais jovens), e sentiram por isso a necessidade de “melhorar a experiência” de quem passa pela feira ao longo das três semanas em que esta se instala no Parque Eduardo VII. Daí a introdução de novos pavilhões modulares, fornecidos pela empresa Eusébio & Rodrigues, que podem ter duas configurações, fechada e aberta.

“Esteticamente o que veremos é uma coerência”, explicou Pedro Sobral ao PÚBLICO. “A questão da sustentabilidade provavelmente não é visível para o visitante, só quem conhece os materiais recicláveis é que vai perceber esse esforço. Mas do ponto de vista estético e funcional, este conceito vai mostrar uma grande diferença. A harmonia será total.” Embora, como aconteceu nos últimos anos, esteja contemplada a possibilidade de os expositores apresentarem pavilhões diferenciados, desde que aprovados pela APEL.

“Este conceito de sustentabilidade tem três vertentes”, explicou o presidente da APEL. A primeira vertente é que “todos os equipamentos são feitos com materiais 100% recicláveis desde os expositores, o auditório principal e as praças onde os autores estarão a dar autógrafos.”A segunda vertente está ligada à mobilidade, sendo a bicicleta o transporte oficial. Foi feita uma parceria com a Gira, o sistema público de bicicletas partilhadas da EMEL.

E a terceira vertente está relacionada com a forma como estes novos equipamentos são construídos. “A APEL nas feiras anteriores movimentava cerca de 50 a 60 camiões para montagem e desmontagem dos equipamentos e passaram a 20. Diminuímos a cerca de 75 a 80 por cento a manipulação logística deste espaço, o que diminui muito o espaço de montagem e de desmontagem.” E como os equipamentos são feitos com peças de encaixe, diminuem também os “materiais sobrantes”, que provocavam “alguma poluição e problemas na reciclagem futura”.

A Feira do Livro de Lisboa volta este ano a decorrer sem restrições sanitárias. O programa cultural, que ainda irá ser anunciado, regressa à dimensão que tinha antes da pandemia de covid-19. De regresso estarão também o pavilhão “Doe os seus Livros”, onde os visitantes podem doar livros novos ou usados que são depois encaminhados para as crianças apoiadas por instituições da Entrajuda, assim como as acções de Show Cooking e as promoções da Hora H, em que de segunda a quinta, durante a última hora da feira (21h às 22h), os expositores aderentes podem vender livros com 50% ou mais de desconto sobre o preço de catálogo.

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