Mamona traz dos Mundiais um oitavo lugar no triplo salto

A portuguesa não conseguiu melhorar o sexto lugar conseguido em 2019. A medalha de ouro ficou, como se esperava, com a venezuelana Yulimar Rojas , que compete num patamar só seu.

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Mamona em acção nos Mundiais Reuters/ALEKSANDRA SZMIGIEL

Patrícia Mamona ficou em oitavo lugar na prova de triplo salto dos Mundiais de atletismo. Nesta madrugada, em Eugene, nos Estados Unidos, a portuguesa voltou a ficar fora das medalhas do Campeonato do Mundo, piorando o resultado obtido em 2019 – ficou em sexto lugar em Doha.

O resultado de Mamona não foi propriamente uma surpresa, já que a atleta não era das favoritas ao pódio, tal como não foi uma surpresa quem arrebatou a medalha de ouro.

A gigante venezuelana Yulimar Rojas, de 1,92 metros, está num patamar só seu no triplo salto e a dúvida não era se iria vencer a competição, mas sim se iria ser a primeira mulher a saltar mais de 16 metros – e não aconteceu, registando “apenas” (com muitas aspas) 15,47 metros.

A prata ficou para a jamaicana Shanieka Ricketts, com 14,89 metros, e o bronze para a norte-americana Tori Franklin, com 14,72 metros – e ambas registaram as melhores marcas pessoais do ano, o que significa que a luta pelas medalhas teve a componente de superação que Mamona não conseguiu aplicar – não chegou aos 14,35 metros, a melhor marca que tinha este ano.

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Entrada pelo seguro

Patrícia Mamona, que não está a ter um bom 2022, entrou para esta final com a segunda pior marca do ano entre as finalistas, algo que não augurava um resultado fulgurante. Por outro lado, Mamona, atleta sempre forte a nível técnico, é a vice-campeã olímpica e tinha o segundo melhor recorde pessoal entre as finalistas (a única, além de Rojas, que já saltou mais de 15 metros).

Entre um plano e outro, acabou por prevalecer a parca exuberância da atleta em 2022, que fez alguns bons saltos, mas nunca conseguiu encontrar “o” salto – o que lhe valeria uma verdadeira luta pelas medalhas.

A atleta, que surgiu na apresentação com um esgar de concentração e pouco efusivo, entrou no concurso com um salto de 14,25 metros – jogou pelo seguro e quis garantir desde logo uma marca, mesmo que modesta, afastando os “fantasmas” dos nulos. E acabou a primeira ronda de saltos em quinto lugar.

Na segunda tentativa, já com uma marca feita, pôde arriscar mais e o ensaio foi inválido, antes de um salto novamente modesto a 14,19 metros.

Com os 14,25 da primeira tentativa, Mamona conseguiu apurar-se em último lugar para os três saltos finais – reservados às oito das 12 finalistas com melhor registo nos primeiros três ensaios.

Rojas sem recorde

Mamona entrou na ronda final com mais um nulo, mas fez a seguir o melhor salto até então: foram 14,29 metros, marca ainda assim insuficiente para sair do oitavo lugar, apesar de empatada com a sétima classificada.

A prova de Mamona fechou com um salto a 14 metros que, por maioria de razão, nada alterou para a portuguesa.

Quanto à campeã do mundo, Rojas entrou com um salto completamente falhado a nível técnico – até chegou a parecer inválido, por eventual quarto toque no solo –, mas mesmo assim fez uma muito respeitável marca de 14,60 metros.

No segundo ensaio corrigiu a rotina a nível técnico (ainda que longe de perfeita) e isso foi suficiente para um salto monstruoso de 15,47 metros – em teoria, estava encontrada a nova campeã do mundo.

A partir daqui, com o título “no bolso”, Rojas começou a arriscar bastante, claramente à procura de um recorde do mundo. Foi somando nulos, antes de um último salto sem recorde.

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