Ficou caro o “bilhete” de Mamona para a final do triplo salto
Só a terceira e última tentativa permitiu à atleta portuguesa garantir um lugar na final do triplo salto dos Mundiais de atletismo.
Foi apertado e sofrido, mas Patrícia Mamona cumpriu o objectivo. A saltadora portuguesa garantiu neste sábado um lugar na final do triplo salto dos Mundiais de Atletismo, agendada para a madrugada de terça-feira (2h20 de Portugal continental).
Neste sábado, em Eugene, nos Estados Unidos, a qualificação directa para a final “pedia” um salto de 14,40 metros, algo que Mamona ainda não fez em 2022 – 14,35 foi a melhor marca neste ano. E um salto desse tipo acabou mesmo por ser uma impossibilidade para a atleta do Sporting, que antes de entrar em prova tinha dito à Lusa que queria entrar logo com uma boa marca.
“A qualificação será o mais importante e também o mais difícil. Não é uma marca de qualificação difícil, por isso dá esperança a muitas atletas. Só temos três saltos e espero entrar logo com essa marca para poder depois estar a focar-me apenas na final”, apontou.
Mas os intentos da portuguesa não se cumpriram. A vice-campeã olímpica, que partiu para esta final com o segundo melhor recorde pessoal em prova, iniciou a qualificação com um salto de 14,05 metros, ainda longe da marca mínima de qualificação directa.
O segundo ensaio foi nulo e Mamona estava dependente da terceira e última tentativa, para a qual foi fora dos lugares de acesso à final.
Com a pressão nos ombros, arrancou um salto de 14,32 metros – perto da melhor marca pessoal do ano –, distância que em tese lhe valia lugar nas 12 melhores.
Nenhuma das atletas ainda com saltos por fazer conseguiu superar Mamona e o lugar na final já não fugiu à medalhada olímpica, ficando em décimo lugar da qualificação.
Na terça-feira, Mamona quer melhorar o melhor resultado que tem em Mundiais (sexto lugar em 2019), algo que, em tese, vai requerer saltos mais competentes do que os que fez nesta qualificação.
Quem não teve qualquer dificuldade em chegar à final foi, claro está, a venezuelana Yulimar Rojas. Parafraseando o jornalista Marco Vaza na antevisão destes Mundiais, Yulimar está mais preocupada em passar a homérica marca dos 16 metros do que em ver o que fazem adversárias que dificilmente lhe farão mais do que “cócegas” nesta prova.
Na qualificação, Rojas limitou-se a fazer um singelo salto de 14,73 na primeira tentativa – e nem precisou de apanhar bem a tábua de chamada, o que mostra que está, com essa marca, bem longe do que poderá fazer nestes Mundiais.
Nesta qualificação, apenas cinco atletas conseguiram a marca mínima de apuramento directo. Além de Rojas, foram a ucraniana Bekh-Romanchuk, a finlandesa Mäkelä, a dominicana Tima e a jamaicana Ricketts.