Era uma vez em Bolonha

A Cinemateca de Bolonha organiza um festival, Il cinema ritrovato. Um programa sumptuoso: centenas de filmes, muitos com mais de 100 anos, nuns curtos oito dias, em oito salas, duas delas ao ar livre. O cinéfilo mais empedernido tinha a difícil tarefa de escolher entre homenagens a Sophia Loren ou ao actor favorito de Brecht, Peter Lorre, um foco centrado no argentino Hugo Fregonese, algumas (re)descobertas e os mais recentes restauros, de A Regra do Jogo, passando pelo Samouraï de Melville até à A Última Sessão.

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M, EINE STADT SUCHT EINEN M÷RDER Lang | Fritz

“Se me perguntarem quem é — ou quem foi — o maior actor de cinema, só posso dar uma resposta: Peter Lorre”. A afirmação, na linguagem hiperbólica de que tanto gostava, é de Bénard da Costa na entrada sobre o actor/realizador no dicionário do catálogo do belo ciclo Actor/Actor programado por Jorge Silva Melo na Fundação Gulbenkian em 1987. Destaca, obviamente, o papel que o celebrizou (“o mais extraordinário papel que conheço na história do cinema”, “milagre da criação de Peter Lorre”), Hans Beckert, em Matou (M, 1931) de Fritz Lang; reconhece que a carreira foi irregular, mas desafia a que lhe apontem “um filme — um só — em que Lorre tenha sido menos Lorre ou, até a brincar, não fosse — num só plano — inesquecível”.

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