Fogos: DGS alerta para perigos de inalação de fumos e calor e emite recomendações

Organismo liderado por Graça Freitas sublinha que existe a possibilidade de surgirem tanto problemas de saúde mais imediatos como lesões “mais tardias e graves, com destruição celular e, que, em casos extremos, causam falência respiratória”.

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Jovem salta para o rio Douro, no Porto ADRIANO MIRANDA/PUBLICO

A Direcção-Geral da Saúde (DGS) alertou esta quarta-feira que o calor e a inalação de fumos ou substâncias irritantes químicas podem causar danos nas vias respiratórias. Nesse sentido, foram emitidas recomendações sobre o que se deve fazer nestas situações.

Sublinhando que as crianças, os idosos e doentes respiratórios crónicos são os mais vulneráveis, a DGS detalha que existem lesões de inalação devidas ao calor que provocam obstrução e risco de infecção.

“Além da lesão pelo calor, há a possibilidade de lesão pelas substâncias químicas do fumo que provocam inflamação e edema com tosse, broncoconstrição e aumento das secreções”, refere a informação publicada pela DGS no seu site.

A DGS sublinha que existe ainda a possibilidade de surgirem lesões “mais tardias e graves, com destruição celular e, que, em casos extremos, causam falência respiratória”.

Assinalando que se deve evitar a exposição aos fumos, porque esta é a forma mais efectiva de prevenir danos, o organismo liderado por Graça Freitas elenca as medidas que devem ser tomadas caso haja inalação de fumos.

Nesta situação, acrescenta, deve retirar-se a pessoa do local e evitar-se que respire fumo ou esteja exposta ao calor. Há, ainda, que se pesquisar sinais de alarme, nomeadamente a presença de queimaduras faciais, dificuldade respiratória ou alteração do estado de consciência.

A DGS refere-se ainda ao “mito do leite” para sublinhar que não existe descrição da sua utilidade em artigos científicos e que o “leite não é um antídoto do monóxido de carbono”.

“A concentração de monóxido de carbono no fumo resultante do incêndio tem efeitos nocivos para a saúde para quem estiver próximo da linha de fogo”, podendo resultar em cefaleias, sensação de falta de ar, alterações visuais, irritabilidade, náuseas e fadiga para concentrações inferiores a 40%; confusão, alucinação, ataxia e coma para concentrações entre 40 e 60%; e morte para concentrações superiores a 60%”, refere a mesma informação.

A DGS recomenda aos serviços de saúde que se organizem para que, antecipadamente, adeqúem as necessidades de resposta ao possível aumento do número de utentes com sintomas associados à exposição e inalação de fumo.

Em caso de necessidade, as pessoas podem pedir informações através da linha de saúde 24 (SNS24), devendo ligar para o 112 em caso de emergência.

Pelas 0h30 de quinta-feira havia registo de 20 fogos activos que estavam a ser combatidos por mais de 2700 operacionais, sendo os fogos nos distritos de Leiria, Setúbal e Aveiro aqueles que estão a mobilizar mais meios de combate, de acordo com a Protecção Civil.