Helena Roseta homenageada esta terça-feira, Dia Nacional do Arquitecto

Com um percurso muito ligada à arquitectura social nos planos da habitação e do urbanismo, é a primeira mulher a ser homenageada pela instituição.

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Helena Roseta deixou “uma marca indelével no permanente envolvimento em movimentos cívicos, causas sociais e actividade política”, diz a Ordem dos Arquitectos Daniel Rocha

A arquitecta Helena Roseta vai ser homenageada esta terça-feira pela Ordem dos Arquitectos, numa sessão solene, às 18h30, na sede daquela entidade, em Lisboa, sendo a primeira mulher a receber um tributo no âmbito do Dia Nacional do Arquitecto.

A iniciativa realiza-se anualmente desde 2010, com uma interrupção em 2020 e 2021, devido à pandemia, depois de, em 2019, ter sido prestada uma homenagem colectiva aos arquitectos com mais de 50 anos de vida associativa.

Nos anos anteriores foram homenageados Manuel Tainha (2010), Bartolomeu Costa Cabral (2011), Francisco Silva Dias (2012), Alcino Soutinho (2013), Raul Hestnes Ferreira (2014), Eduardo Souto de Moura (2015), Gonçalo Byrne (2016), Nuno Portas (2017) e Álvaro Siza Vieira (2018), recorda a OA em comunicado.

O Dia Nacional do Arquitecto “visa celebrar anualmente a função social, a dignidade e o prestígio da profissão de arquitecto em Portugal”, assinalando a data de publicação do Estatuto da Ordem dos Arquitectos, a 3 de Julho de 1998.

A sessão solene decorrerá no auditório Nuno Teotónio Pereira, na sede nacional da Ordem dos Arquitectos, com a presença, segundo o programa, do presidente da associação, Gonçalo Byrne, e com a ministra-adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes.

Segundo o Conselho Directivo Nacional, pela voz do presidente, Gonçalo Byrne, e Jorge Figueira, responsável pelo pelouro da Cultura na OA, a escolha de Helena Roseta, de 74 anos, deve-se “ao seu intenso percurso”, que deixou “uma marca indelével no permanente envolvimento em movimentos cívicos, causas sociais e actividade política”.

O papel de Helena Roseta “foi determinante em diversos contextos históricos e políticos”, onde “foi sempre a voz da arquitectura no plano social e urbano, cruzando como poucos essa demanda com as exigências de uma vida política activa”, tendo mantido sempre “um timbre infatigável e generoso, a premissa de traçar a difícil intersecção entre a política e a arquitectura, assumindo frontalmente a sua condição de mulher, desde o início, e com isso fazendo também a diferença”.

Helena Roseta estudou Arquitectura na Escola Superior de Belas Artes da Universidade de Lisboa, e colaborou com o arquitecto Nuno Portas no Laboratório Nacional de Engenharia Civil e, depois, no seu atelier.

Colaborou também, entre outros, com os arquitectos Maurício de Vasconcelos e Bruno Soares, na recuperação de bairros clandestinos, e com Sebastião Formosinho Sanches, num projecto hospitalar.

Foi vereadora em Lisboa pelo PS (2009-2013), pelo movimento Cidadãos por Lisboa (2007-2009) e pelo PSD (1976-1978), presidente Câmara de Cascais (1983-1986) e presidente da Ordem dos Arquitectos (2001-2007).

Também foi deputada em várias legislaturas pelo PS, pelo PSD e pela AD, dirigente nacional do PS e do PSD, directora do Jornal Novo (1978), dirigente estudantil e secretária-geral da Associação Arquitectos Portugueses, antes do 25 de Abril.

A arquitecta foi condecorada com a Ordem da Liberdade (2005), com a Medalha de mérito do Conselho da Europa (1982) e tem publicada a obra Os Dois Lados do Espelho (2001).