O Ardina vai sair da Praça da Liberdade mas volta quando as obras do metro acabarem

A escultura, à espera de restauro, vai ser recolhida pelos serviços camarários esta quarta-feira e vai ficar guardada numa reserva municipal.

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A estátua d'O Ardina foi vandalizada em Junho de 2021. O restauro estará concluído depois das obras da nova linha Rosa terminarem Nelson Garrido

A partir de quarta-feira, quem passar pela Praça da Liberdade poderá estranhar não ver a Estátua d’O Ardina – já por mais do que uma vez vandalizada - no sítio onde está desde 1990. Mas, desta vez, não há motivo para alarme. A ausência da obra de autoria do escultor Manuel Dias, instalada junto ao antigo e histórico café Imperial, há um par de décadas transformado num restaurante fast-food, será apenas temporária.

Ainda assim, estará longe da vista dos portuenses e de quem visita a cidade, pelo menos, durante o próximo ano e meio. A recolha será feita para facilitar os trabalhos da nova Linha Rosa do Metro do Porto. E só quando a obra terminar, no final de 2023, é que voltará a ser reposta, depois de ser finalmente restaurada.

“Uma vez que a construção da estação de metro sob a Praça da Liberdade para a futura Linha Rosa está a avançar para uma nova fase, há a necessidade de efectuar ajustes ao traçado da faixa de rodagem actualmente em serviço, no lado nascente. Como consequência, a estátua d’O Ardina vai ser temporariamente removida da sua localização habitual”, adianta ao PÚBLICO a Câmara do Porto.

A autarquia explica que, até lá, a escultura de bronze ficará guardada “numa das reservas municipais”, onde permanecerá “até ao final dos trabalhos nesta frente de obra”. Com a estátua fora da rua, aproveitar-se-á para se proceder aos trabalhos de restauro necessários, por força de mais um acto de vandalismo de que foi alvo – desde Junho de 2021 que está sem um dos braços e sem o jornal que segura. O valor da intervenção ainda é desconhecido. Falta concluir a avaliação que está a ser feita pelo município para apurar o montante que será gasto pela câmara.

Esta não será a primeira peça artística a ser removida temporariamente do espaço público no decorrer da empreitada de construção da Linha Rosa, que irá ligar a Praça da Liberdade à Casa da Música, com paragens adicionais no Hospital Santo António e na Praça da Galiza. A estátua O Porto, de 1818, idealizada pelo escultor João de Sousa Alão, arrancada ao granito portuense pela mão do mestre pedreiro João da Silva, e a estátua de Abel Salazar, no jardim do Carregal, da autoria do escultor Hélder Carvalho, já saíram das ruas e estão neste momento também em reservas da autarquia, em Ramalde. O mesmo também acontecerá com o busto do Duque de Wellington, localizado no início da Rua do Rosário, perto do sítio onde nascerá a nova estação que servirá o Hospital de Santo António.

Todas estas peças serão repostas depois de terminada a empreitada a cargo do consórcio Ferrovial/ACA, a quem a obra foi adjudicada por 189 milhões de euros.

Alvo de vandalismo

Na quarta-feira, os serviços camarários irão recolher O Ardina para depois do final de 2023 voltar ao mesmo sítio já restaurado. Há pouco mais de um ano, foi subtraído à escultura um dos braços e o jornal que segura. O acto de vandalismo ocorreu a 30 de Junho de 2021, levado a cabo por um homem de 29 anos, que foi apanhado em flagrante.

Na mesma madrugada, na sequência de uma rixa entre dois indivíduos, as forças de segurança receberam um alerta. Quando se deslocaram ao local interceptaram o responsável pelo acto. Ao tentar fugir, o suspeito deixou as duas peças para trás, que logo depois foram recolhidas pelos agentes policiais e enviadas para a autarquia.

Três anos antes já tinha sido registado outro incidente, quando uma jovem de passagem pela cidade se encostou à estátua para registar em fotografia uma memória da sua passagem pelo Porto. Enquanto fazia pose para o retrato, apoiou-se na peça e a escultura caiu, tendo provocado à turista “ferimentos ligeiros”, relatava a PSP em Abril de 2018.

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