Já são 21: observados um novo pentaquark e dois novos tetraquarks
A observação, pela primeira vez, de uma combinação de dois tetraquarks e de uma nova configuração de pentaquark é a mais recente descoberta do CERN.
Há três novas partículas descobertas que não conhecíamos. Uma equipa de investigadores que trabalha com o Grande Colisor de Hadrões (LHC na sigla inglês), no Laboratório Europeu de Física de Partículas (CERN), observou novas configurações de tetraquarks e pentaquarks que desconhecíamos até agora.
O anúncio foi feito esta terça-feira, com os cientistas a divulgarem a observação de um novo tipo de pentaquark e o primeiro par de tetraquarks, acrescentando três membros à lista de novos hadrões encontrados no LHC. Este acelerador de partículas, o maior em todo o mundo, tem 27 quilómetros de perímetro e é a máquina que encontrou há dez anos o bosão de Higgs, uma partícula vital para o entendimento do Universo e a sua formação após o Big Bang.
Estas novas partículas subatómicas ajudarão os físicos a entender melhor como os quarks se unem a partículas compostas. Os quarks são partículas elementares que geralmente se combinam em grupos de dois e três para formar hadrões, como os protões e os neutrões (que compõem os núcleos atómicos). Mais raramente, no entanto, estes quarks também se podem combinar em partículas de quatro e cinco quarks, ou seja tetraquarks e pentaquarks – como os agora descobertos pelos investigadores do CERN.
São as partículas mais pequenas que conhecemos, mas não é a primeira vez que observámos combinações de pentaquarks ou tetraquarks: em 2015, tinha sido observado o primeiro pentaquark também pelo CERN. De acordo com o laboratório europeu, já existem 21 configurações de tetraquarks e pentaquarks observadas.
O novo pentaquark decai em partículas que nenhum dos outros conhecidos produz, enquanto os dois tetraquarks têm a mesma massa, o que pode indicar que este é o primeiro par conhecido destas estruturas subatómicas.
“Quanto mais análises realizamos, mais tipos de hadrões exóticos encontramos”, diz o físico Niels Tuning em comunicado do CERN.
“Estamos a testemunhar um período de descoberta semelhante à década de 1950, quando um ‘jardim zoológico’ de hadrões começou a ser observado e, finalmente, conduziu ao modelo matemático de hadrões convencionais na década de 1960. Estamos a criar estes ‘jardim zoológico’ de hadrões 2.0”, conclui o investigador do CERN.