Colapso de glaciar nos Alpes italianos faz seis mortos e aumenta para 20 o número de desaparecidos

O colapso ocorreu devido à onda de calor sentida nos últimos dias em Itália. Elevou-se para 20 o número de pessoas desaparecidas e as operações de resgate continuam esta segunda-feira.

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Colapso de glaciar na montanha de Marmolada, nos Alpes italianos EPA/SOCCORSO ALPINO/ HANDOUT

Pelo menos seis pessoas morreram e nove ficaram feridas, duas das quais em estado grave, depois de uma parte de um glaciar nos Alpes italianos ter colapsado, este domingo, escreve a Reuters citando as autoridades locais. Aumentou para 20 o número de montanhistas desaparecidos.

Segundo o jornal italiano Corriere della Sera, a catástrofe ocorreu em Marmolada, na fronteira entre as regiões de Trentino-Alto Ádige e Véneto. O acidente terá sido provocado pelas altas temperaturas sentidas em Itália que atingiram os 10ºC no sábado, um valor muito acima da média para o cume da cordilheira montanhosa.

Os feridos foram encaminhados para os hospitais das cidades vizinhas, revelou o autarca da região de Véneto, Luca Zaia.

Esta segunda-feira vão continuar as operações de busca, sendo que durante a noite as autoridades usaram aparelhos voadores não tripulados (drones) equipados com câmaras de visão nocturna para tentarem localizar as pessoas que ainda se encontram perdidas.

As condições meteorológicas são determinantes para continuar a intervenção directa das equipas de resgate no terreno, uma vez que o frio e as baixas temperaturas são fundamentais para que seja garantido o mínimo de segurança dado que podem ocorrer outros desprendimentos.

Os socorristas receiam que as pessoas desaparecidas possam não ter sobrevivido devido à violência da avalanche de gelo, neve e rochas que chegou a atingir os 200 quilómetros por horas após a derrocada de um “serac”, termo utilizado para denominar as fracturas nos glaciares na região.

Até ao momento o balanço de vítimas indica que morreram seis pessoas, três italianos, um cidadão checo, além de um homem e de uma mulher cuja identidade ainda não foi apurada. As autoridades estão a investigar os parques de estacionamento da zona de onde partem as cabinas do teleférico para Marmolada porque se encontram nos parques 16 automóveis cujos proprietários não regressaram após o desastre.

A derrocada de parte do glaciar (Marmolada) ocorreu após vários dias em que se fizeram sentir altas temperaturas na zona, onde os termómetros atingiram os 10 graus centígrados. A tragédia nos Alpes italianos obriga a sérias reflexões sobre o aquecimento global e que está a fazer desaparecer os glaciares alpinos.

De acordo com Roberto Coluci, especialistas do Centro Italiano de Investigação (CNR) fenómenos iguais podem voltar a ocorrer. Um estudo recentemente publicado por Coluci indica que “dentro de 25 ou 30 anos o glaciar de Marmolada vai deixar de existir”.

“A esta velocidade provavelmente vai acontecer antes. A projecção global indica que em 2100, na melhor das hipóteses, vão desaparecer 70% dos glaciares alpinos e na pior 96%.