Os números de visitantes do Museu do Tesouro Real são “saudáveis”
Números têm que aumentar para cumprir previsão de 275 mil visitantes por ano.
O Museu do Tesouro Real, em Lisboa, recebeu 14.650 visitantes no primeiro mês. “Os números são saudáveis”, disse ao PÚBLICO Pedro Moreira, director-executivo do novo museu que foi inaugurado a 1 de Junho.
“Só agora estamos a começar a ter valores crescentes de estrangeiros. Estamos com 75% de nacionais e 25% de estrangeiros. A tendência é que essa relação se inverta.” Com um bilhete a 10 euros, o museu abriu as portas ao público a 2 de Junho, tendo recebido até à última sexta-feira uma média de cerca de 500 visitantes. Funciona todos os dias das 10h às 19h.
O museu dedicado às jóias da coroa portuguesa foi instalado numa nova ala do Palácio da Ajuda, que estava inacabado há 226 anos, ocupando uma caixa-forte com 40 metros de comprimento por 10 metros de largura e outros 10 de altura. Exibe de forma permanente mais de 700 peças, desde a coroa real feita com o ouro do Brasil a jóias onde brilham cerca de 22 mil pedras preciosas, entre as quais estão o diadema das estrelas de brilhantes de D. Maria Pia, a laça de esmeraldas de D. Mariana, a caixa de tabaco de D. José ou o Tosão de Ouro que D. João VI mandou fazer.
A estimativa para o Museu do Tesouro Real é que chegue aos 275 mil visitantes por ano (quase 23 mil por mês), como foi divulgado na inauguração em que estiveram presentes o Presidente da República e o primeiro-ministro, com uma percentagem de 60% de estrangeiros. O director-executivo prevê que o número de visitas por mês aumente quando começarem as visitas escolares em Setembro.
Os números são ambiciosos e projectam que o museu passe a ser um dos mais visitados a nível nacional. Se olharmos para os números de 2019, anteriores à pandemia, as estatísticas de visitantes da Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) colocam o Museu do Tesouro Real entre os campeões de bilheteira: abaixo dos 317.201 visitantes do Museu Nacional dos Coches, mas acima dos 233.595 do Museu Nacional do Azulejo.
“As campanhas a nível internacional só agora começaram e levam um certo tempo a fazer efeito. Também já temos vários pedidos de visitas escolares”, continua Pedro Moreira, acrescentando que já se registam “picos” de visitantes ao fim-de-semana num museu cuja afluência é controlada por causa das medidas de segurança instaladas, semelhantes às dos aeroportos e inéditas nos principais museus portugueses.
O Museu do Tesouro real é um projecto conjunto entre o Turismo e a Cultura, que reúne o Ministério da Cultura, através da DGPC, a Câmara Municipal de Lisboa e a Associação do Turismo de Lisboa (ATL), num investimento de mais de 31 milhões de euros, em que 18 milhões vieram do Fundo de Desenvolvimento Turístico de Lisboa, alimentado pela taxa turística sobre as dormidas na cidade.
A direcção científica do museu pertence à DGPC. O director do Palácio Nacional da Ajuda, José Alberto Ribeiro, é simultaneamente director do novo museu.